segunda-feira, 10 de abril de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS(1) Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com Todo mundo razoavelmente consciente, considera interpretar o mundo de forma correta, agir de forma correta consigo mesmo e com os outros, inclusive com os objetos que vê e manipula, sejam eles micro e macrocósmicos. O nosso modo de ver as coisas nos é implantado em diversas instâncias: em casa pelos pais e ambiente familiar, de conformidade com as idéias que nesses atores foi implantada, pela educação (através dos diversos níveis escolares) que foi implantada na cabeça dos formuladores da política educacional, habitantes estes do mundo da política quer, partidária, econômica, social e religiosa que, em algum momento dado, sofrem influência do caldo de cultura social dominante e cada época, dos dispositivos políticos, religiosos, científicos e judiciários das diversas comunidades, bem como da própria influência da sociedade através das idéias geralmente aprovadas e consumidas, assim como das idéias veiculadas através da mídia em todos os seus níveis de expressão e de influência, e do campo editorial, inclusive pelo que se publica e permite ao público ler e assim favorecer suas opiniões. Opinião, já para os filósofos gregos de 2.400 (dois mil e quatrocentos) anos, era “doxa”, ou seja, não era verdade, não era conhecimento, apenas uma idéia particular das pessoas a respeito de qualquer coisa. Uma verdadeira visão das coisas exige um outro tipo de comportamento. Vejamos campo a campo, o que se pode desmistificar. 1º - Campo familiar. Ao longo da história dos diversos tipos de povos que habitaram e habitam nosso planeta, a formação familiar se apoiou no fato não só verificado da propagação da espécie, como na necessidade de provimento de abrigo, alimentação e convivência. Mas tal comportamento, com o tempo transformou-se numa forma de viver na interexploração dos membros constituintes, ou seja, o homem explorando quer sexual e economicamente a mulher, bem como os filhos, nas épocas em que braços eram necessários para a caça, a pesca e a agricultura e a mulher posicionando-se com uma útil dependência, criando um “status” de imprescindível na manutenção da unidade familiar, afora um período de matriarcado, no qual assumiu o poder familiar. 2º - Campo educacional. A educação, como forma de atuação dos governantes sobre a sociedade, começou quando se percebeu que o rebanho humano devia estar unido, a serviço de determinadas autoridades e seus objetivos. Houve necessidade de formar as profissões destinadas ao funcionamento da economia, criação de valores sociais aprovados, enfim à sobrevivência enquanto aqui na terra. 3º - Campo religioso. Talvez o mais autônomo dos campos, o religioso surgiu numa situação de necessidade de explicação da existência de fenômenos que o homem não estava preparado para explicar. Dai aparecerem os exploradores que, formatando idéias que levaram em conta o medo de sanções quer nesta ou em outra vida, a idéia de pecado contra uma entidade transcendente, valores pessoalmente criados como forma de posicionar as pessoas dentro de determinados comportamentos, a ponto de poder suibjugá-las, servindo muitas vezes como apoio político ao governante da época (vimos muito disso no Brasil ao longo do século XX), influenciando decisões pessoais, contra o próprio interesse das pessoas (veja a guerra sobre o uso das células tronco e até mesmo sobre o aborto de anacefálicos, por fim resolvida por decisão do STF). Independente de qual seja, toda religião é conservadora e retrógrada. Mantendo postulados do passado remoto que não mais vigem, mantém grande parte da população em estado de ignorância e escravidão social, que só lhe pode trazer problemas e não soluções. 4º Campo político e econômico. A política e a economia são dois vetores dos mais importantes na formatação das mentes. O Campo político moderno é derivado de diversas experiências que se fizeram ao longo dos tempos, na tentativa de melhor governar. Atua através de diversos mecanismos (inclusive corrupção, como estamos vendo), no afã de atingir seus objetivos, excusos ou não. Atingir o poder e se manter nele (muito egocêntrico) e enganar são os objetivos de muitos políticos (felizmente de não todos, pois há os naturalmente honestos e idealistas). O ser humano socialmente comum, quando influenciado por estes campos, está flutuando num mar sem rumo, pois está ao sabor de decisões alheias, mas que estranhamente vão lhe trazer diversos tipos de consequências, das quais não poderá se livrar. 5º Campo científico. O mais abalizado de todos, esse campo, muito embora ter produzido muitas desgraças para o planeta (veja guerras, destruições ecológicas, etc), tem sido extremamente útil ao homem, notadamente no campo da medicina. Exigindo muito do campo educacional para sua proliferação e sucesso, produz muitas idéias que, com o tempo se tornam populares e que de certa forma influencia mentalmente o homem através dos hábitos que promove. Mesmo com conhecimentos historicamente mutantes, pois a pesquisa nunca para, fomentando novos conhecimentos, ainda assim supera de certa forma os outros campos (não o da educação, dele derivado), como forma de produzir certezas que, nem as opiniões, nem o campo familiar, religioso e social, proporcionam. 6º Campo midiático. O mais nefasto dos campos. Apesar de necessariamente informar, produz também um rol de opiniões desnecessárias, previsões irreais, estatísticas falsas, idealismo e pessimismo desnecessários, levando o homem a um conjunto de ações que podem ser-lhe altamente prejudiciais. Sem falar da famosa divisão entre mídia de esquerda e de direita, tão mal trabalhada em nosso pais. Isso inclui tanto a mídia televisiva como a impressa. Sempre buscando também influenciar aqueles que estão sob sua influência, podem servir a grupos de interesses, os mais contraditórios, sem que os influenciados o saibam, obnubilando seus julgamentos e consequentemente suas ações. 7º Campo editorial. Eis um campo que também serve a múltiplos interesses. Um dos exemplos mais notórios é verificar quantos livros impressos sobre política de esquerda (seja no campo econômico ou social) e quantos são os de outras linhas, como, liberal, direita, centro direita, etc. Desde 1922, esse país vem sendo maciçamente bombardeado com obras de autores de esquerda, como se o país, (como já pretenderam alguns e ainda pretendem) tivesse uma vocação esquerdista. Dai a deslavada história mal contada sobre o Golpe Militar de 1964, para uma juventude moderna, que só quer saber de samba, futebol, rock, drogas, festivais musicais de influência estrangeira de péssima qualidade e dinheiro fácil através dos altos salários do serviço público. Para estes o passado que fundou o presente e prepara o futuro, pouco importa. A única maneira correta de ter uma visão verdadeira das coisas é saber pesar todas as influências que estão tentando nos impingir, e usar o nosso livre arbítrio para fugir de uma vida de fantoches a serviço do alheio. Sem conhecimento e sabedoria verdadeiramente espiritual, todas as mentes estão sendo enganadas e mal usadas, 24 (vinte e quatro) horas por dia, 365 (trezentos e sessenta e cinco dias) por ano. Talvez muitos queiram continuar vivendo como estão: nascendo, aprendendo o que lhe ensinam, formando nas diversas profissões ou não o conseguindo, casando, tendo filhos sem saber como criá-los, envelhecendo, adoecendo, um dia sabendo que não se realizaram na vida, e finalmente morrendo, para quê. Nesse caso qual a finalidade de uma vida. Isso? Isso é lixo... Para tanto, nosso próximo trabalho será discutir uma forma de, através de uma vida mais espiritual, no verdadeiro termo, dar oportunidade a que, cada um que estiver interessado, iniciar a sua caminhado. Assim, não percam os próximos capítulos. BSB, 10.4.2017