domingo, 5 de novembro de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS (4) Prof. Msc, FRC, CRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com Deixando o terceiro artigo da série, me concentro agora em nova fase da vida, pois, nesse ínterim mudei-me para a área onde se ergueria a cidade de Brasília, já em 1957. Aqui, por falta de nível de estudos em segundo grau, fiquei fora da escola até 1961, quando comecei a cursar o Centro de Educação Média – Elefante Branco – no Curso Clássico – Ciências Sociais, de 04 (quatro) anos de duração, onde, mais uma vez, continuei estudando: Latim, Francês, Inglês, Português, entrando agora Espanhol, e demais disciplinas da área de ciências sociais, como: Filosofia, Sociologia, etc. Esse curso foi uma grande chave para a minha vida futura. Para começar, tenho hoje, dois cursos superiores: Pedagogia e Administração – Pública e Empresarial e nem um dos dois vale aquele curso clássico que fiz antes. Ele foi uma verdadeira formação não só em educação, como formação de caráter, caracterização do Ser enquanto Ser, estimulante em todos os sentidos. Os anos de estudos de línguas nessas duas fases, primeiro e segundo grau me proporcionou, estar apto hoje, sem frequentar nenhum curso específico de língua, a ler e interpretar em inglês, francês e espanhol. Grande parte de minha biblioteca particular está nessas línguas. Sinto-me um afortunado por isso. Além do mais, durante esse curso, tive a felicidade de encontrar um super professor de filosofia que um belo dia de suas aulas, me saiu com essa: prestem a atenção todos vocês “depois de Platão, ninguém disse nada de novo”. Tal afirmação calou fundo em minha consciência e como eu o via como, o melhor professor que eu já tive na vida, guardei a sentença para futura comprovação. Depois disso, fiz o vestibular para o Curso de Direito da Universidade de Brasília, logrando aprovação em 5º lugar. Cursei por 3(três) anos e meio somente. Logo aconteceu da universidade ser invadida por tropas do exército, onde aconteceram algumas barbaridades e como eu não tinha ido a aula naquele dia, motivado por uma gripe, não mais lá fui, abandonando o curso. Depois de passada a tempestade na Universidade de Brasília, não foi só eu que não voltei às aulas, vários foram os alunos que não retornaram. Aí, o governo baixou uma norma, permitindo que a universidade emitisse um documento (histórico escolar e transferência), para todos que o desejassem, que permitia a matrícula em qualquer outra instituição de ensino sem vestibular. Todos nós que ficamos nessa situação, acabávamos de perder o benefício até então concedidos a todos os funcionários do governo, de estudar pela manhã e só trabalhar à tarde até o término do curso. Mas, paciência, essa era a realidade a ser enfrentada. Meses depois um Coronel do Exército, abre uma faculdade de filosofia. Lá estava a minha chance de provar a advertência daquele professor do curso clássico. Fiz minha matrícula e cursei 2(dois) anos e meio. Não é que a direção da tal faculdade se encrenca com o governo e é fechada, mas garantindo todos os nossos direitos como o fez a Universidade de Brasília. Procurei então outra faculdade, desta vez a UDF, onde em proximidade com a filosofia estava a pedagogia, para onde ganharia muitos dos créditos já cursados, lá fui eu para ser de fato o melhor aluno da turma, formando em menos de 3 (três) anos. Logo depois na mesma faculdade, aproveitando também a transferência de créditos fiz mais um ano e meio de Administração, e me tornei logo depois, por 26 (vinte e seis) anos, Professor da UDF, na área de Pedagogia e Filosofia. Já aposentado do serviço público, passei pelo curso de Psicologia do Ceub, Centro Universitário de Brasília, deixando-o para cursar o Mestrado em Educação, de volta ao seio da Universidade de Brasília. Dai, completando minha carreira de Magistério como Professor de Educação no Curso de Pedagogia da Universidade Católica, acumulando como professor de Filosofia no Curso de Pós Graduação em Filosofia e Existência na mesma Faculdade Católica de Brasília. Bom, sem querer fazer nenhum comentário na área do serviço público, trabalhei durante 35 (trinta e cinco) anos e 1 dia, aposentando-me depois. Entre a formação da UDF e a aposentadoria, cursei uma pós-graduação e Magistério Superior e completei uma formação em Psicanálise Clínica. No frigir dos ovos, penso que o que me permitiu essa trajetória, foi minha formação de primeiro e seguindo graus, a base de que precisava para ir adiante. Bom, será que comparando o conteúdo dos meus primeiros anos de escola, com o que hoje tanto o governo quanto os particulares, oferecem às famílias para seus filhos, pode-se dizer que esses alunos saem realmente preparados para a vida? Ao que eu saiba, saem mal preparados para o trabalho e só. Como formação para uma vida humana digna no sentido existencial do termo, acho que deixam muito a desejar. Por isso, os comportamentos atuais de jovens e adultos hoje, que nós mais velhos estranhamos e a sociedade em geral está a reclamar. Mas sobre isso falaremos em nosso próximo encontro. Que a mente divina os colha em paz profunda. 05.11.2017 Continua...

domingo, 29 de outubro de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS (3) Prof. Msc, FRC, CRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com Continuando o que começamos a dois artigos atrás, hoje vamos falar sobre o: Campo Educacional. A educação de um povo evolui com o tempo e suas necessidades, mas sem deixar alguns aspectos de sua continuidade, como referenciais de produção do Ser por inteiro, atribuindo-lhe um passado de onde foram produzidas as idéias e as utilidades sociais para as quais ele deve ser um patrimônio. Está claro que minha idéia de que, quando penso em reforma de um sistema educacional, aquelas formações de base não devem ser descartadas, pelo simples motivo de que uma ruptura nesse nível, pode abalar a continuidade da formação do Ser, enquanto indivíduo e possuidor do patrimônio cultural de sua sociedade. E por termos visto isso acontecer com a educação brasileira é que hoje pouco entendemos o que deve ser, por exemplo, um currículo escolar destinado a fazer frente ao mundo moderno dessa envolvente tecnologia, que vemos em todo o lugar. Vamos, portanto, mergulhar no tempo passado e fazer algumas digressões. E para fazer isso, vou logo pedindo desculpas aos meus leitores para fazer um pouco de auto-biografia como parâmetro de comparação. Pois bem, entrei na escola primária de minha cidade de interior das Minas Gerais com 7,1/2 (sete anos e meio), porque naquela época a escola só admitia ao primeiro ano primário, a criança que contasse 7 (sete) anos completos e, como faço aniversário do meio do ano, só pude entrar seis meses depois. No fim do primeiro ano de escolaridade eu estava completamente alfabetizado. No fim do seguindo ano, sabia todas as operações fundamentais da aritmética e tinha a taboada sabida e decorada. Ainda até hoje sei a taboada de cor. Ao longo dos anos, tivemos aula de Geografia Geral e do Brasil, História Geral e do Brasil, Ciências, Linguagem e depois Português. A disciplina era rígida. O uniforme era obrigatório com sapatos muito bem engraxados (e ora que a escola era pública e única porta de entrada para ricos e pobres, pois era a única), e eu pertencia a uma família pobre naquela época. Cada aluno portava o seu próprio lanche. A escola não o fornecia, como hoje. A chegada se dava pelo pátio, onde havia formação (militar em filas) quando era hasteado Pavilhão Nacional e cantado o Hino Nacional. Depois cada fila deixava o pátio, cada aluno com destino à sua sala de aula. Lá ficavam sentados até a chegada da professora em silêncio, e quando ela entrava, todos os alunos se punham de pé. Era a lição de respeito à autoridade. A família era parceira íntima da escola. Quando o aluno era punido na escola (diversos tipos de punição) ele também era fatalmente na família (pelo menos na minha era). A família acompanhava tudo o que acontecia na escola. Vigiados por todos os lados, o aluno não tinha senão que estudar. E estudava. Quando chegavam ao 4º ano, todos enfrentavam o terror do primeiro vestibular de sua vida. O Exame de Admissão, que era destinado a separar aqueles melhores alunos que continuariam a se beneficiar da escola pública gratuita e aqueles que teriam que dela se separar indo para uma escola particular, quando o pai podia pagar, ou então parar aí os seus estudos. Fiz o meu exame em 1951, logrando aprovação com notas altas, e média final 81. Agora estava preparado para enfrentar um currículo pesado. Vejamos a sequência das disciplinas no ciclo chamado de Ensino Médio. 5º ano: -Português, Latim, Francês, Matemática, História Geral, Geografia Geral, Trabalhos Manuais, Desenho e Canto. 6º ano: -Português, Latim, Francês, Inglês, Matemática, História Geral, Geografia Geral, Trabalhos Manuais, Desenho e Canto. 7º ano: -Português, Latim, Francês, Inglês, Matemática, Ciências, História Geral, Geografia Geral, Trabalhos Manuais, Desenho e Canto. 8º ano: -Português, Latim, Francês, Inglês, Matemática, Ciências, História Geral, História do Brasil, Geografia Geral, Desenho e Canto. Farei agora, alguns comentários em adendo a esse ciclo de estudos. 1) Nesse ciclo era costume termos em cada ano, um grupo de poesia, que de tempos em tempos se apresentava em numa pequena academia interna, deleitando-nos com o que havia de mais divino em poesia da época. 2) Havia também sessões de Canto Orfeônico, com representações grupais, verdadeiramente interessantes. 3) Havia vida na escola, e quem dela não participasse convenientemente, com certeza era convidado a repetir o ano. Naquela época isso não era raro, mas só por uma vez, porque na segunda a porta da escola o chamava para fora de sua convivência. Perdia-se aí o benefício da gratuidade. 4) Examinando o Currículo apresentado, chama-se a atenção também para trabalhos manuais, onde aprendíamos a construir e tecer objetos e junto com desenho adquirir várias habilidades úteis na vida prática. 5) As disciplinas de Latim, Francês e Inglês, nos proporcionaram ao final do 8º ano, a capacidade de ler, traduzir e interpretar textos nessas línguas, com facilidade. (Mais tarde, farei outros comentários sobre isso). Obs.: Enfrentei tudo isso, bem como outros colegas, trabalhando pela manhã, à partir de 11 (onze) anos de idade, portanto, já no segundo ciclo de estudos. Que a mente divina os colha em Paz Profunda 29.10.2017 Continua....

domingo, 22 de outubro de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS (2) Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com No artigo anterior, prometi falar mais detalhadamente de cada um dos itens capitulados para melhor explicitação de minhas idéias. Portanto, hoje, vamos tratar do primeiro e talvez o mais importante dos parâmetros a serem considerados, o campo familiar. Aparecemos neste mundo a partir de alguém que tem sua vida e seus relacionamentos plantados neste planeta. Já antes mesmo de nosso nascimento, vivenciamos de uma forma peculiar, experiências internas ao corpo da mãe, bem como os movimentos que acontecem à volta da barriga da mãe, sejam experiências positivas ou negativas. Só por isso, podemos inferir que nascemos já com situações que podem nos marcar pelo resto de nossos dias. Se forem negativas, podem estar comprometidas nossa personalidade como nosso caráter. Felizmente, alguns no futuro, encontram uma forma de resolver estas questões antes que elas (se negativas) possam levar ao pior dos mundos: prisão, hospitalização psiquiátrica ou suicídio, assim como algumas psicopatologias, ou doenças graves, como por exemplo: depressão, bem como ao mundo das drogas. A forma moderna de viver e criar os filhos das famílias, atualmente, incide no engano de que, ambos os pais trabalharem fora para melhorar a composição financeira do casal, tendente a melhorar a vida de toda a família, em muitos casos se torna um erro terrível. Campo familiar. Generalidades. Ao longo da história dos diversos tipos de povos que habitaram e habitam nosso planeta, a formação familiar se apoiou no fato não só verificado da propagação da espécie, como na necessidade de provimento de abrigo, alimentação e convivência. Mas tal comportamento, com o tempo transformou-se numa forma de viver na interexploração dos membros constituintes, ou seja, o homem explorando quer sexual e economicamente a mulher, bem como os filhos, nas épocas em que braços eram necessários para a caça, a pesca e a agricultura e a mulher posicionando-se com uma útil dependência, criando um “status” de imprescindível na manutenção da unidade familiar, afora um período de matriarcado, no qual assumiu o poder familiar. À medida que a civilização avançava naturalmente as famílias também sofreram mudanças em seu “status”. Com o desenvolvimento econômico e social auferido pela civilização em todas as regiões do globo, o trato da família mudou consideravelmente sua configuração. As novas legislações sobre tudo, atingiram em cheio uma parte da educação familiar que depois teve graves consequências para a sociedade. Era comum nas famílias, pelo menos interioranas, o incentivo a começar cedo o trabalho e as próprias regulamentações da época a apoiavam. Considero a educação pelo trabalho (da qual participei ativamente) como um dos melhores caminhos para a formação do caráter e da cidadania. Mas as novas legislações mudaram tudo, desorganizando o que estava perfeito, no meu entender e por ter participado da boa experiência. - A família de que me lembro. Pai, Mãe e cinco filhos. Disciplina: 1. Ao levantar, todos os irmãos arrumavam suas camas, e faziam o asseio do quarto. Não podiam voltar às camas para desarrumá-las senão à noite para dormir. 2. No quadro das obrigações semanais, um de nós ficava com a obrigação da arrumação do ambiente das refeições e um outro pela lavação da louça usada. Trocava-se na semana seguinte. 3. Um outro teria a obrigação de encerar à mão o assoalho de toda a casa, assim como lustrar usando um instrumento chamado escovação (muito exercício físico). Na semana seguinte outro assumia a tarefa. 4. Nunca compartilhamos os mesmos ambientes com as visitas de nossos pais e aí daquele que atrapalhasse uma. 5. Não tínhamos biblioteca em casa. Somente uns poucos livros recomendados pela escola, com pouquíssimas ilustrações e sem exercícios. Meu pai possuía uma pequena estante com alguns exemplares que me foram muito úteis, dada a minha sede de leitura desde cedo. Mas deu só para o começo. Obs. Naquela época não havia geladeira, fogão a gás, telefone e televisão. As tarefas escolares eram acompanhadas de perto, com os ajustes dos castigos necessários. Apreciando meu próprio tempo, a família, apesar das falhas, comuns em qualquer época, procurava transmitir os valores familiares e sociais, compartilhados por um conjunto de comportamentos que hoje não se vê muito. Por exemplo, toda a família freqüentava a missa de domingo toda junto, e com fiscalização visual dos pais, a zelar pela boa apresentação e respeito ao que se devia ao ambiente. Um detalhe importante: a família era parceira da escola, o professor não podia se desrespeitado de nenhuma forma. Castigos na escola, refletiam em mais castigos em casa. A caderneta escolar era seriamente examinada. Notas baixas, nem se fala. Cada família aplicava o corretivo de seu próprio alvitre. Não tenho noção de ter vivido problemas na adolescência. A educação era tão rígida e organizada que as situações hoje normalmente propaladas não eram evidentes naquela época, pelo menos em minúsculas cidades do interior como a que vivi. Comecei a trabalhar por meio período num armazém de secos e molhados, carregando as compras dos fregueses pelos endereços da cidade. Depois foi empregado de uma indústria de pregos, tachinhas e parafusos, bem como equipamentos para cavalo. Operava uma máquina de perfurar as ferraduras dos cavalos. Passei também pela experiência de trabalhar numa fábrica de vinho, onde, por sinal, aprendi a apreciar a bebida. Passados mais ou menos 4 (quatro) anos, meu pai adquiriu um bar e restaurante, onde todos os filhos trabalhavam por revezamento, todos sem perder o turno escolar. Quando completei 17 (dezessete) anos nosso rumo de vida mudou, sem necessidade de comentários aqui. Tenho a certeza de que várias milhares de famílias, passaram por experiências similares, pois, esse era o nosso mundo. Continua... 22.10.2017

segunda-feira, 10 de abril de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS(1) Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com Todo mundo razoavelmente consciente, considera interpretar o mundo de forma correta, agir de forma correta consigo mesmo e com os outros, inclusive com os objetos que vê e manipula, sejam eles micro e macrocósmicos. O nosso modo de ver as coisas nos é implantado em diversas instâncias: em casa pelos pais e ambiente familiar, de conformidade com as idéias que nesses atores foi implantada, pela educação (através dos diversos níveis escolares) que foi implantada na cabeça dos formuladores da política educacional, habitantes estes do mundo da política quer, partidária, econômica, social e religiosa que, em algum momento dado, sofrem influência do caldo de cultura social dominante e cada época, dos dispositivos políticos, religiosos, científicos e judiciários das diversas comunidades, bem como da própria influência da sociedade através das idéias geralmente aprovadas e consumidas, assim como das idéias veiculadas através da mídia em todos os seus níveis de expressão e de influência, e do campo editorial, inclusive pelo que se publica e permite ao público ler e assim favorecer suas opiniões. Opinião, já para os filósofos gregos de 2.400 (dois mil e quatrocentos) anos, era “doxa”, ou seja, não era verdade, não era conhecimento, apenas uma idéia particular das pessoas a respeito de qualquer coisa. Uma verdadeira visão das coisas exige um outro tipo de comportamento. Vejamos campo a campo, o que se pode desmistificar. 1º - Campo familiar. Ao longo da história dos diversos tipos de povos que habitaram e habitam nosso planeta, a formação familiar se apoiou no fato não só verificado da propagação da espécie, como na necessidade de provimento de abrigo, alimentação e convivência. Mas tal comportamento, com o tempo transformou-se numa forma de viver na interexploração dos membros constituintes, ou seja, o homem explorando quer sexual e economicamente a mulher, bem como os filhos, nas épocas em que braços eram necessários para a caça, a pesca e a agricultura e a mulher posicionando-se com uma útil dependência, criando um “status” de imprescindível na manutenção da unidade familiar, afora um período de matriarcado, no qual assumiu o poder familiar. 2º - Campo educacional. A educação, como forma de atuação dos governantes sobre a sociedade, começou quando se percebeu que o rebanho humano devia estar unido, a serviço de determinadas autoridades e seus objetivos. Houve necessidade de formar as profissões destinadas ao funcionamento da economia, criação de valores sociais aprovados, enfim à sobrevivência enquanto aqui na terra. 3º - Campo religioso. Talvez o mais autônomo dos campos, o religioso surgiu numa situação de necessidade de explicação da existência de fenômenos que o homem não estava preparado para explicar. Dai aparecerem os exploradores que, formatando idéias que levaram em conta o medo de sanções quer nesta ou em outra vida, a idéia de pecado contra uma entidade transcendente, valores pessoalmente criados como forma de posicionar as pessoas dentro de determinados comportamentos, a ponto de poder suibjugá-las, servindo muitas vezes como apoio político ao governante da época (vimos muito disso no Brasil ao longo do século XX), influenciando decisões pessoais, contra o próprio interesse das pessoas (veja a guerra sobre o uso das células tronco e até mesmo sobre o aborto de anacefálicos, por fim resolvida por decisão do STF). Independente de qual seja, toda religião é conservadora e retrógrada. Mantendo postulados do passado remoto que não mais vigem, mantém grande parte da população em estado de ignorância e escravidão social, que só lhe pode trazer problemas e não soluções. 4º Campo político e econômico. A política e a economia são dois vetores dos mais importantes na formatação das mentes. O Campo político moderno é derivado de diversas experiências que se fizeram ao longo dos tempos, na tentativa de melhor governar. Atua através de diversos mecanismos (inclusive corrupção, como estamos vendo), no afã de atingir seus objetivos, excusos ou não. Atingir o poder e se manter nele (muito egocêntrico) e enganar são os objetivos de muitos políticos (felizmente de não todos, pois há os naturalmente honestos e idealistas). O ser humano socialmente comum, quando influenciado por estes campos, está flutuando num mar sem rumo, pois está ao sabor de decisões alheias, mas que estranhamente vão lhe trazer diversos tipos de consequências, das quais não poderá se livrar. 5º Campo científico. O mais abalizado de todos, esse campo, muito embora ter produzido muitas desgraças para o planeta (veja guerras, destruições ecológicas, etc), tem sido extremamente útil ao homem, notadamente no campo da medicina. Exigindo muito do campo educacional para sua proliferação e sucesso, produz muitas idéias que, com o tempo se tornam populares e que de certa forma influencia mentalmente o homem através dos hábitos que promove. Mesmo com conhecimentos historicamente mutantes, pois a pesquisa nunca para, fomentando novos conhecimentos, ainda assim supera de certa forma os outros campos (não o da educação, dele derivado), como forma de produzir certezas que, nem as opiniões, nem o campo familiar, religioso e social, proporcionam. 6º Campo midiático. O mais nefasto dos campos. Apesar de necessariamente informar, produz também um rol de opiniões desnecessárias, previsões irreais, estatísticas falsas, idealismo e pessimismo desnecessários, levando o homem a um conjunto de ações que podem ser-lhe altamente prejudiciais. Sem falar da famosa divisão entre mídia de esquerda e de direita, tão mal trabalhada em nosso pais. Isso inclui tanto a mídia televisiva como a impressa. Sempre buscando também influenciar aqueles que estão sob sua influência, podem servir a grupos de interesses, os mais contraditórios, sem que os influenciados o saibam, obnubilando seus julgamentos e consequentemente suas ações. 7º Campo editorial. Eis um campo que também serve a múltiplos interesses. Um dos exemplos mais notórios é verificar quantos livros impressos sobre política de esquerda (seja no campo econômico ou social) e quantos são os de outras linhas, como, liberal, direita, centro direita, etc. Desde 1922, esse país vem sendo maciçamente bombardeado com obras de autores de esquerda, como se o país, (como já pretenderam alguns e ainda pretendem) tivesse uma vocação esquerdista. Dai a deslavada história mal contada sobre o Golpe Militar de 1964, para uma juventude moderna, que só quer saber de samba, futebol, rock, drogas, festivais musicais de influência estrangeira de péssima qualidade e dinheiro fácil através dos altos salários do serviço público. Para estes o passado que fundou o presente e prepara o futuro, pouco importa. A única maneira correta de ter uma visão verdadeira das coisas é saber pesar todas as influências que estão tentando nos impingir, e usar o nosso livre arbítrio para fugir de uma vida de fantoches a serviço do alheio. Sem conhecimento e sabedoria verdadeiramente espiritual, todas as mentes estão sendo enganadas e mal usadas, 24 (vinte e quatro) horas por dia, 365 (trezentos e sessenta e cinco dias) por ano. Talvez muitos queiram continuar vivendo como estão: nascendo, aprendendo o que lhe ensinam, formando nas diversas profissões ou não o conseguindo, casando, tendo filhos sem saber como criá-los, envelhecendo, adoecendo, um dia sabendo que não se realizaram na vida, e finalmente morrendo, para quê. Nesse caso qual a finalidade de uma vida. Isso? Isso é lixo... Para tanto, nosso próximo trabalho será discutir uma forma de, através de uma vida mais espiritual, no verdadeiro termo, dar oportunidade a que, cada um que estiver interessado, iniciar a sua caminhado. Assim, não percam os próximos capítulos. BSB, 10.4.2017

domingo, 26 de março de 2017

HINO A ATON Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com Esse é possivelmente, o hino mais traduzido do Egito faraônico. Trata-se de uma das melhores manifestações religiosas do culto solar de Aton, adorado como o Sol, caracterizando-se pelo seu monoteísmo rígido, ao contrário das demais teologias solares anteriores. Muito parecido até com a forma com que os Salmos bíblicos foram publicados, inaugura um tempo que trouxe grandes consequências místicas e religiosas para o Egito, pois o Faraó Amenotep IV, fora posteriormente perseguido e morto pelos seguidores da crença comum de sacerdotes e povo do Egito, pois, tal ato teria inaugurado uma outra forma de culto, agora monoteísta, pois consta que esse faraó, foi o primeiro na história conhecida da humanidade, a declarar publicamente, a existência de um Deus Único. Glória de Ra Har-akhit, Júbilo no Horizonte em seu nome de Shu que está no Disco de Aton, que viva para todo o sempre; o grande vivente Aton em festa, Senhor de tudo que Aton evolve, Senhor do céu, Senhor do mundo, Senhor da Casa de Aton em Akhut-Aton; (e glória do) Rei do Alto e do Baixo Egito, que vive na verdade, Senhor das Duas terras! Nefer-Kheperu-Ra Ua-em-Ra, Filho de Ra, que vive na verdade, Senhor dos Diademas; Akh-em-Aton, que viva para Todo o sempre; (e glória da) Esposa do Rei, sua amada, Senhora das Duas Terras! Nefer-Neferu-Aton, Nefert-iti, que viva para todo o sempre (pelo) Ajudante da Mão Direita do Rei... Ay. Ele disse teu clarão é belo no horizonte do céu, tu, vivo Aton, começo da vida! Quando te elevas (no horizonte) oriental, Enches toda a terra com tua beleza. És belo, és grande, brilhas (no) alto, acima de todo país; teus raios beijam as terras e tudo o que criaste. Es Ra e penetras até o fim das terras; Junta-as para teu amado filho (o faraó). Estás longe, (mas) teus raios estão sobre a terra; estás nas alturas, (mas) teus passos são invisíveis. Quando te deitas no horizonte ocidental, o mundo fica na escuridão como se fosse a morte. Os homens dormem em suas alcovas, suas cabeças estão ocultas, seus narizes estão obstruídos e nenhum olho vê o outro, enquanto são roubadas todas as suas coisas, sob suas cabeças, sem que o notem. Todos os leões saem de seu antro, todas as serpentes mordem e as trevas tudo cobrem, o mundo está em silêncio; seu criador descansa no seu horizonte. A terra ilumina-se ao te elevares no horizonte. Quando brilhas como Aton foge a escuridão. Quando teus raios envias, Rejubilam-se as Duas Terras. Os homens acordam e levantam-se sobre seus pés porque tu os ergueste. Banham seus corpos e tomam (suas) roupas; Seus braços elevam-se em adoração quando resplandesces. Todos os homens ocupam-se em seus trabalhos. O gado alegra-se com a sua passagem; (as) árvores e (as) relvas verdejam. Os pássaros deixam seus ninhos para voejar entre árvores e hastes verdes, suas asas batem(em louvor) ao teu KA. Todos os cordeiros pululam; os pássaros, tudo que bate asas, vivem porque surgiste para eles. Os barcos descem e sobem o rio, Todos os caminhos estão abertos porque tu brilhas. Os peixes saltam diante da tua face, (pois) teus raios penetram profundamente no Grande Mar Verde. Fizeste nascer o fruto nas (entranhas das) mulheres, Criaste a semente nos homens; susténs com vida o filho no ventre de sua mãe, tu o adormeces para que não chore, tu, ama no ventre (materno)! A respiração existe, para tudo vivificar, no que animas. Quando ele surge do ventre (de sua mãe) no dia de seu nascimento, tu abres sua boca (para gritar) e supres suas faltas. Quando o pintinho pia no ovo, ali mesmo tu lhes dás o ar, a fim de conservá-lo vivo; quando o tornas forte para que rompa o invólucro, ele sai do ovo e pia alegremente, e corre sobre suas patinhas assim que sai. Como são variadas as tuas obras! Estão ocultas para nós, oh tu, deus único, cuja força nenhum outro possui! Criaste o mundo segundo teu desejo enquanto estavas só: os homens, todos os animais, grandes e pequenos, tudo que, sobre a terra, caminha sobre pés, tudo o que, no céu, voa com asas. As terras altas da Síria e da Núbia, e a terra do Egito, puseste cada uma no seu lugar e criaste o que elas necessitam: cada um tem seu alimento e calculado os seus dias. Suas línguas fala diversamente, como é diferente a cor de sua pele. Sim tu diferencias os povos! Criaste o Nilo no Mundo Inferior e o fizeste surgir à tua vontade para conservar vivo o povo (do Egito), pois o fizeste para ti, senhor de todos, que por eles te fatigas, senhor de todas as terras, que para elas surges, Disco do Dia, grande em glória. Criaste (também) a vida De todas as longínquas terras altas. Puseste um Nilo no céu a fim de que perto delas corresse e com suas vagas as montanhas batesse, com o Grande Mar Verde, regando seus campos conforme suas faltas. Quão benévolos são os teus desígnios, oh Senhor da eternidade! O Nilo do céu, tu o dás ao país das montanhas e aos animais que sobre pés andam em toda as terras altas; mas o Nilo eu vem do Mundo Inferior, tu o dás ao Egito. Teus raios nutrem todos os campos; vivem quando brilhas, para ti verdejam. Criaste as estações para renascer tudo o que fizeste. O inverno para lhes levar o frescor, e o verão quente para que de ti fruíssem. Criaste o céu distante para aí subires e contemplares o que engendraste, tu, só tu, resplandecente em tua forma de Aton vivente, elevando-te radioso e brilhante, retirando-te e voltando. Criaste milhões de formas apenas de ti, que és Um; cidades, aldeias, colônias, as estradas e o rio: todos os olhos vêem-se diante de si, quando és o Disco o Dia sobre a terra. Estás em meu coração e nenhum outro te conhece senão teu filho Nefer-Kheperu-Ra Ua-em-Ra, (porque) tu o iniciaste em teus desígnios e em tua força. O mundo está na tua mão, bem como tudo o que criaste. Se te levantas, ele vivem, se te deitas, eles morrem. Tu és vida por ti mesmo, os homens vivem (apenas) através de ti. Todos os olhos contemplam a beleza até que te deitas., Todo o trabalho cessa quando no horizonte te estendes. (Mas) ao (de novo te) ergueres, fazes (tudo) florescer para o rei, desde que fundaste a terra e a construíste para teu filho, que é vindo do teu corpo: o Rei do Alto e do Baixo Egito, que vive na verdade, Senhor da Duas Terras; Nefer-Kheperu-Ra Ua-em-Ra, Filho de Ra, que vive na verdade, Senhor dos Diademas: Akh-em-Aton, que viva para todo o sempre; (glória da ) Esposa do rei, sua amada, Senhora das Duas Terras; Nefer-neferu-Aton Nefert-iti, que viva saudável e jovem para todo o sempre. Brasília, 26.3.2017

segunda-feira, 20 de março de 2017

RELIGIÃO... A... AS RELIGIÕES Prof. Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araújo http://pedroangueth.blogspot.com Desde 1.118, quando os católicos e protestantes da Irlanda do Norte, começaram as suas escaramuças, que perduram até hoje, vemos que, numa velocidade alucinante, as guerras religiosas incendiaram o mundo. E tudo começou, quando o Imperador Constantino, no século IV, resolveu apoiar os cristãos nascentes de Roma, vindo por isso a ser criada a Igreja Católica. Essa instituição foi responsável, pela eliminação sumária de quantos Gnósticos (uma das alas do cristianismo primitivo) eram encontrados nas perseguições montadas para esse fim, pois suas teorias religiosas diferiam daquelas então implantadas. De lá para cá, um sem número de ações premeditadas, foram coordenadas de, século a século, a fim de eliminar desafetos, a exemplo dos grupos franceses, denominados, cátaros, albingenses e valdenses, pertencentes a organizações gnósticas, que foram simplesmente eliminadas a fio de espada, válido tanto para idosos, mulheres e crianças, criando um campo vazio em cada cidade destruída. Vale lembrar também a longa perseguição que os judeus sofreram ao longo da história, culminando com o holocausto na segunda guerra mundial. A Ordem dos Templários no séc. XII que, por um decreto Papal, foi condenada a deixar de existir, para que seus bens (fortuna imensa) fosse transferida para a Igreja Católica, àquele tempo, um pouco falida. Na Idade Média, por exemplo, as perseguições eram tanto organizacionais, como pessoais, bastava saber-se diante de alguém que não concordava com as proposições religiosas, promulgadas pela Igreja Católica, vide o caso de Galileu. Isso foi possível, primeiramente por conta de ações inquisitórias; vigiam na época as ordenações da Santa Inquisição, promulgadas e acionadas pelo Vaticano, hoje denominada "Congregação para a Doutrina da Fé". E naquelas nações onde não há guerras, notadamente Estados Unidos da América e alguns paises europeus, percebe-se nitidamente, perseguições de várias formas, principalmente a muçulmanos e mulçumanas, os primeiros com medo de terrorismo e as segundas, com relação ao uso da vestimenta religiosamente recomendada. Por outro lado, há fundamentalismos religiosos, principalmente entre os muçulmanos, que vivem perenemente por conta de perseguir principalmente, cristãos. Além disso, com fundamentação política, social e também religiosa, persegue-se negros, homossexuais, simpatizantes de aborto, drogas, e outros quejandos. No Brasil, por incrível que pareça dada nossas raízes culturais, negros sempre foram mal tratados, primeiramente por grupos religiosos – lembrando que foi a Igreja de Roma um dos financiadores do tráfico negreiro da África para o Brasil, judeus ricos também foram enquadrados, as mulheres foram sempre discriminadas, política, social e religiosamente, os negros até hoje, a questão do aborto sempre teve o dedo das religiões, as diversas desigualdades que aqui vicejam tem o dedo de todo o mundo. Houve, no inicio do séc XX, uma intensa perseguição às religiões de base africana, Umbanda, Candomblé e congêneres, tanto do ponto de vista político (a polícia era o agente), e das religiões estruturadas. Bem até hoje, vez por outra há uma escaramuça contra as religiões afro-descendentes. Mas, por incrível que pareça, não há no Brasil, uma guerra religiosa, nem perseguição ostensiva hoje. O que há são resquícios de preconceitos. Os templos religiosos estão abertos e funcionando em todo o lugar, muitas vezes, uns vizinhos dos outros sem nenhum problema. No Brasil é assim, somos hoje, naturalmente muito liberais. Palestinos se confraternizam com judeus. Conheço uma infinidade de católicos que frequentam assiduamente centros espíritas, e agora estou sabendo que há neste país, kardecistas e evangélicos que frequentam um centro Islâmico em São Paulo e que existem mulçumanos espíritas. (Vide páginas amarelas) da Revista Veja, edição 2521, de 15 de março de 2017, segundo nelas, as palavras do mais graduado xeque xiita brasileiro, Rodrigo Jlloul. O que gostaria de ressaltar aqui, é que nesse ponto, podemos, sem nenhuma dúvida, nos tornarmos exemplos para o resto do mundo e devia, com certeza, ser mais difundida essa admirável atitude social de nosso povo. Não que não há muitos reparos a fazer em nossa cidadania e civilização, mas nada com que nos devamos preocupar. Brasília, 20 de março de 2017