segunda-feira, 28 de março de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

OS ANTIGOS SABIAM MAIS DO QUE NÓS – Parte I

Pequena Introdução

A série de artigos que se inicia hoje, teve seu projeto formulado ha uns 2 (dois) anos atrás. É o seguinte: minha filha mais nova, Larissa, de profissão e atuação Arquiteta, me pediu para ler alguns livros sobre as civilizações antigas.
Satisfazendo seu desejo, coloquei em suas mãos alguns livros que lhe pudessem dar um panorama de quem eram os primeiros construtores e civilizadores do nosso planeta. Lido o segundo livro um dia ela me perguntou: pai porque o homem e toda a nossa civilização emburreceu tanto desde os tempos antigos até a nossa época? Respondi sem titubear: porque o ser humano vem paulatinamente se esquecendo das coisas sagradas. Aí ela me perguntou: como? E tudo que vem daqui para frente serve de resposta a qualquer questionamento nesse nível.


Até então, no Egito Antigo...


Prometo que por “antigos” não vou falar de povos anteriores aos Egípcios, construtores das Pirâmides e de seu vasto império de sabedoria. Lá pelos 1.400 (hum mil e quatrocentos anos) a.C., já uma civilização preponderava em conhecimento e sabedoria. Ao longo desse artigo, meus leitores acabarão descobrindo o verdadeiro significado de conhecimento e de sabedoria.
Todos nós nos lembramos da civilização egípcia por suas mega-construções: pirâmides, obeliscos, corredores de imagens, uso racional e proveitoso do rio Nilo, com suas cheias e vazões. Mas ninguém até hoje, que eu saiba, ninguém conseguiu desvendar o segredo de suas grandes construções de uma maneira cabal. Há muitas histórias, suposições e hipóteses que a meu ver nenhuma é conclusiva e sequer beirando a verdade.
O primeiro dos grandes enigmas com que nos defrontamos ao pesquisar aquele povo estranho e sábio é saber primeiro de onde vieram. O segundo é de que instâncias aprenderam tanto sobre construções, astronomia, astrologia, engenharia e esoterismo.
Para começo de conversa não tinham nenhum traço comum com os povos circundantes. Núbios, tinham tez escura, narizes aquilinos, testa média e lábios anormalmente normais para os povos daquelas cercanias. Possuíam uma escrita tríplice, ou seja, uma de conteúdo esotérico, outra de conteúdo científico e mais uma de conteúdo comum ou popular, segundo ficou evidenciado pela tradução da pedra de Roseta por Champonlion, ainda no século XIX,
Suas construções eram realmente faraônicas. Tanto em beleza, como em enigmas tais sua engenharia. As pirâmides eram armadas pedra sobre pedra, pesando cada uma 20 (vinte) toneladas, sobre uma argamassa base, que permitia a dilatação das mesmas numa diferença de 50º graus durante o dia, para 20º graus abaixo, durante a noite.
Mas onde estavam essas pedras tão bem trabalhadas e esmerilhadas, capazes de sustentar tais colossos?
Sabe-se historicamente que num raio de 2.000 (dois mil) quilômetros do local onde foram erguidas suas mega-construções não havia nenhuma pedreira. Resta, portanto, indagar: onde estavam essas pedreiras, como as pedras foram transportadas e trabalhadas na forma de um retângulo perfeito, com arestas perfeitamente alinhadas, permitindo assim o assentamento das construções. Além do mais, a altura que essas construções atingiram impressiona a qualquer um.
Quem se arriscaria a uma resposta sensata? Se você se considera sensato(a), responderá apenas que nada sabe a respeito, pois os egípcios não deixaram nada escrito que nos pudesse guiar para um saber efetivo.
Mas alguns fatos foram cientificamente descobertos. Primeiro: essas mega-construções estão no centro geodésico da terra, dividindo-a num efetivo meridiano. Estão posicionadas de acordo com algumas constelações estelares e marcam a direção do sol de leste para oeste.
Quando isolamos apenas uma de suas construções, a Grande Pirâmide, dela ressalta alguns dados. Sua quadratura de base, medida em côvados sagrados, que era a medida matemática deles à época, gerou para a matemática moderna, o famoso PI ou seja a medida de 3,141516.... usada hoje nos cálculos mais sofisticados. Tinham perfeito conhecimento do uso do vidro, pois relatos de viajantes da época nos informam que a Grande Pirâmide era toda espelhada e podia ser vista a 80 (oitenta) quilômetros de distância com o reflexo do sol.
Sabe-se que os egípcios “adoravam” o sol. Hoje sabe-se que essa adoração não era religiosa e sim cientifica porque eles sabiam que a energia solar, criava e mantinha a vida na terra. Isso é tanto verdade, que foi o Faraó Amenotep IV(ou Amenófis) da XVIII dinastia, (cerca de 1.350 anos a.C.), quem primeiro declarou e deixou escrito, que só existia um único Deus chamando-o de Amon-Ra. Portanto, temos que acabar com a falácia que os egípcios, pelo menos dessa época em diante fossem politeístas. Ademais o próprio faraó, à época fora admoestado pelos sacerdotes que não concordando com a sua declaração, iniciaram uma campanha contra ele. Isso nos leva, a saber, (por outros meios não aqui relatados) de que a nata da sociedade egípcia, formada pelos altos iniciados no esoterismo vigente já sabiam disso.
Por isso mesmo, ele resolveu mudar a capital do Egito de Tebas para Tell el Amarna, uma cidade que mandou construir no delta do Rio Nilo, e que por incrível que pareça tem uma arquitetura muito semelhante a de Brasília, o que levou os espíritas a denominar Juscelino Kubtischek como se fora uma reencarnação do dito Faraó. Mesmo assim, esses sacerdotes o alcançaram na nova capital, onde foi assassinado por eles.
Em 1982, o jornal americano New York Times fez uma enquête entre as maiores construtoras dos Estados Unidos, fazendo-lhes a seguinte pergunta: alguma de vocês tem hoje capacidade para reproduzir a Grande Pirâmide do Egito nos mesmos moldes, tamanho, as mesmas pedras com suas respectivas tonelagens e demais configurações? A resposta não demorou, pois as empresas que presumivelmente possuíam mais tecnologia de construções disseram que se lhes dessem 10 (dez) anos de prazo para modernização e criação de máquinas especiais, talvez elas conseguissem se sair bem nessa tarefa.
Acho que ainda hoje elas não possuem o que nunca tiveram. Não só tecnologia, mas, sobretudo conhecimento da Arquitetura Sagrada, que pudesse permitir a reprodução de obras de tamanho vulto.

(fim da primeira parte, segue na próxima semana).

segunda-feira, 21 de março de 2011

MENSAGENS DAS 2ªS FEIRAS

PROIBIÇÕES E TABÚS III

Finalizando o comentário sobre o presente à luz do passado

Ultima parte

Hoje o filho não precisa mais provar que é machão, pode ser até gay que será livremente aceito na família e na sociedade e passível de punição a discriminação de gays, lésbicas e simpatizantes. Nossas ruas ficam apinhadas deles durante as famosas paradas gays. Interpreto isso, ou seja, a aceitação desses padrões de comportamento como um avanço. Afinal de contas, ninguém até hoje provou a origem dessas formas de viver e temos que considerar também quais os tipos de compulsões a que são submetidos esses cidadãos para agirem tão abertamente como agem. Seria legal deixar que vivam suas vidas como o desejarem. Afinal de contas não estão prejudicando ninguém.
Isso é o que mais se lastima na vida das pessoas. Elas eram submetidas a situações que não foram conscientemente criadas por elas. As leis sempre foram falhas no Brasil. E o fato de a Igreja Católica ter sido sempre contra a Lei do Divórcio é uma nódoa que ainda não se apagou, pelo menos em minha mente. E tenho razões pessoais de sobra para pensar assim. Felizmente, um dia apareceram homens que resolveram enfim enfrentar o problema e sancioná-lo de uma vez por todas. A evolução da Lei do Divórcio até agora tem sido exemplar no atendimento das necessidades sociais.
A famosa alcunha de titia (mulheres que depois de certa idade não se casavam) felizmente deixou de existir. Não considero que o casamento atende ao pleito de felicidade para todas as pessoas. Todos somos diferentes, se não fosse assim nossas digitais poderiam ser duplicadas (até hoje não foi encontrada nenhuma digital igual a outra). Que vivam felizes para sempre as mulheres que escolheram ter uma vida livre.
Uma mocinha grávida estemporaneamente gerava um tumulto de graves proporções, até que o casamento ser efetivado nem que fosse para dar satisfação à sociedade e à Igreja.
Hoje elas continuam suas vidas na casa dos pais (antigamente ainda eram expulsas da família e em geral se tornavam prostitutas) Agora contam com vovôs e vovós para ajudar a cuidar. Em certas circunstâncias todos concordam em que o casamento entre esses pais não deve ser efetivado a não ser que os próprios agentes o desejem. Há varias situações que derivam desse ato que não merecem ser explicitadas aqui.
Se as religiões tinham muita força no passado, no presente sua influência é discutível. Até a Maçonaria sofreu mutações que colocam em cheque a necessidade de sua existência hoje. Conheço famílias que se distribuem por vários troncos religiosos, uns, é bem verdade, criando conflitos mútuos e outros nem tanto, vivendo cada um a sua crença sem maiores problemas. Isso foi uma exigência da liberdade individual. Antigamente as pessoas eram muito presas a preconceitos e tabus, como diz o título deste trabalho. Há hoje pessoas pertencentes a determinados grupos religiosos que estão se afastando de suas regras e dogmas, somente por conta da liberdade sexual não consentida nessas arenas. Igualmente estão se formando outros grupos religiosos com nomenclaturas modernas cujo fito é arregimentar esse grupo desertor e tem dado certo. Afinal, de quem Deus é patrimônio? Hoje já há até discussões sobre a existência ou não do Jesus histórico e bíblico. Num mundo intelectualizado como esse podemos esperar de tudo.
O caso daquele prefeito que optou por mudar de religião para ser eleito é paradigmático em nossa cultura. Na realidade, ainda hoje, quem não se aproxima da Igreja Católica, em certas circunstâncias corre o risco de não ser eleito. Temos visto esse exemplo ao longo de nossa história moderna. Ateus que são vistos nas missas em épocas de eleição, não são imagens invulgares em nossa terra.
Apoio sempre a mudança de costumes sociais com vistas a erradicar preconceitos e tabus. As mulheres de nosso país hoje em dia, exibem os menores biquínis do mundo. Claro há 50, 40 e mesmo 30 anos atrás isso não era aceito. Vejamos o caso da Leila Diniz, tão notório que deixo de comentar mais detalhadamente.
A nudez a meu ver, nunca será castigada. Paráfrase de um filme brasileiro “Toda a nudez será castigada”. (A atriz desse filme, depois de tanto se desnudar e fazer cenas que à época eram condenáveis resolveu tornar-se Evangélica). Complexo de culpa? Talvez a psicanálise explique. A nudez feminina em si é bela. O uso que se faz dela é que pode às vezes nos surpreender. A mulher hoje se desnuda com facilidade e sem ares de pudor até se diverte com isso. Progresso? Não sei. E você sabe?
Começar a trabalhar cedo na vida, nunca matou ninguém, só disciplinou e ensinou os usos mais nobres e úteis do trabalho. Nunca impediu ninguém de se aprimorar, estudar e atingir altos graus acadêmicos. Eu sou um exemplo disso e quando vejo pessoas precisando disso e não podendo por lei fazê-lo acho que se incorre em grave erro social. Talvez seja por isso que uma parte dos habitantes de uma Febem, um Caje e mesmo uma penitenciária, foram parar lá por falta dessa atividade altamente civilizadora.
O que aconteceu em todo o mundo nos anos 60, influenciou tanto, que conseguiu mudar todos os costumes de vários povos. Rock and roll, para o mundo ocidental, principalmente países periféricos dos Estados Unidos como o Brasil, a jovem guarda que até hoje é hora e outra relembrada, a pílula anticoncepcional, a tão discutida “revolução” militar no Brasil, os hippies e o movimento de Worldstock também nos Estados Unidos, a rebelião de maio de 68 na França, perpetrada pelos estudantes e mais alguns que não vale a pena destacar.
Quer queiramos ou não, somos socialmente, o produto de tudo isso. O que dessas influências podemos tirar partido para construir um país melhor? Temos a maior cultura popular do mundo. Não existe nenhum país, onde os cultos convivem lado a lado, onde um religioso freqüenta a sua igreja de origem, mas vai também a cultos de umbanda e candomblé sem nenhuma culpa. Mas somos um país sem cultura acadêmica em massa crítica (de boa qualidade), assim como não somos uma país civilizado.
Quando um idoso morre na porta de um hospital sem atendimento, uma criança morre por ineficiência da enfermagem, onde vez por outra descobre-se falsos médicos, onde a educação é uma porcaria, a segurança extremamente falha, onde não há respeito mútuo, onde a lei só pune os pequenos e deserdados da sorte, onde graça a corrupção política e administrativa, não sabemos por onde vamos.
Até então, as doenças físicas e psíquicas de homens e mulheres eram diferentes, pois as atividades de cada um eram bem precisas e balizadas. Hoje, devidamente inseridas no mercado de trabalho, correndo de um lado para outro, fumando e bebendo como os homens, as mulheres acabaram herdando as mesmas doenças que, antigamente só eram observadas em homens.
Resta-nos pensar quais novas trilhas abrir para atingirmos uma vida social, coletiva e particular para vivermos com a esperança de sermos verdadeiramente felizes e enfim, poder amar o país em que nascemos.
(Eu todo esse tempo pensando em que, se avaliamos paulatinamente e diariamente nossa vida temos a capacidade e pensar melhor e fazer menos besteira)
(Eu todo esse tempo pensando em que, se avaliamos paulatinamente e diariamente nossa vida temos a capacidade e pensar melhor e fazer menos besteira)


(Fim deste artigo)

segunda-feira, 14 de março de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

PROIBIÇÕES E TABUS II

Parte II
Ainda comentando o presente à luz do passado

No começo da parte I deste artigo, levo em consideração o tempo por uma razão muito simples. As pessoas vivem suas vidas sem pensar que o tempo vai passar e as coisas vão mudar, às vezes drasticamente. Temos mania de passar pela vida sem analisá-la convenientemente. Foi Sócrates que pela primeira vez disse: “A vida não analisada não merece ser vivida”. Eu concordo com ele. Portanto, estou sempre tentando entender o que está se passando.
Ora, não tínhamos a infinidade de tecnologia que temos hoje, no entanto, será que vivemos tão bem? Seria realmente necessário dependermos dessa parafernália que usamos hoje? Às vezes tenho até raiva por ter que depender do celular, por exemplo. Ele me interrompe quando menos espero e em qualquer lugar. Se eu não atendo, é possível que do outro lado da linha alguém possa estar pensando que eu o estou desprezando. Não atendo celular quando estou dirigindo e não atendo quando estou atuando em análises.
O computador tornou meus dias mais iguais. De certa forma, todos nos tornamos um pouco escravos dele. Tem memória para guardar tudo, posso me comunicar com quem quiser sem depender de distâncias ou horários, mas hoje, não posso mais passar sem ele. Tenho até um horário específico para usá-lo, pois quem não tem e o usa indiscriminadamente por horas a fio, como certa classe de jovens, acabam ficando doentes. Já tratei de um maníaco por internet. E nós sabemos que esse fantástico aparelho não possui nem conhecimento, nem sabedoria. Ele apenas possui informações e na sua maioria, informações de má qualidade. Conhecimento é produto de raciocínio e reflexão e sabedoria é a aplicação dos dois.
O telefone é útil, mas poucos o sabem usar, principalmente as mulheres que ficam falando de tudo por horas a fio. Rádio ninguém mais ouve, foi substituído pelo MP3,4, etc., somente para ouvir musicas selecionadas.
A televisão é a porcaria mais sofisticada que já vi. A cada ano saem modelos os mais tecnologicamente fabricados. Há hoje um consumismo desses aparelhos. A minha televisão, por exemplo, é uma LG – Slin, tubo grande, 29 polegadas de tela plana, uma imagem impecável que eu resistirei trocar até que não funcione mais e eu seja por questões de mercado obrigado a comprar uma nova desses modelos que estão saindo hoje. Ela me satisfaz plenamente nos poucos momentos em que a uso, apenas para aprender alguma coisa.
Sim, as famílias além de terem privacidade, tinham disciplina. Sem disciplina não se forma um verdadeiro ser humano. Hoje os filhos mandam nos pais exigindo-lhes até o que não podem fornecer.
Hoje os filhos não só participam da conversa dos adultos, como se tornam o elemento principal dela. Ainda penso que conversa de adultos é para adultos. Crianças devem viver o seu próprio período no lazer da vida. Mas hoje elas têm até celular! Brincam no computador dos pais. Hoje as crianças e os adolescentes não estão nem aí para os mais velhos, mas exigem toda a atenção para eles. Não deviam ser educados de maneira diferente?
Vizinho hoje, seja residindo em apartamento ou casa é sempre sinal de problema. Cada um tem uma educação diferente. Hoje as crianças e os jovens são criados sem o cuidado com o respeito aos outros e quando são chamados a atenção por isso, geralmente ficam ofendidos. Os próprios vizinhos acham que podem fazer o que quiserem em suas quatro paredes. Os carros que transitam em nossas portas geralmente provocam barulhos intensos. Onde eu moro os carros com sons estridentes são comuns a qualquer hora do dia ou da noite. Só posso desejar que todos fiquem surdos no futuro para assim valorizarem o silêncio ambiente. Não existem mais festas sociais que agregam as famílias, além daqueles que dizem respeito ao aniversário de crianças. Nem os adultos primam por familiares em suas festas. O uso dos balões hoje em dia foi vetado a bem da comunidade e as festas de São João são comumente usadas como arrecadação de fundos para Igrejas, Colégios e associações de toda ordem. Acabou o São João familiar.
Sim, os brinquedos eram fabricados pelos que os usavam. Vejam o vídeo que eu mandei em conexão com a primeira parte desta mensagem. Pura demonstração de criatividade. E mais, tinham tempo e liberdade para brincar. E hoje? Escola de manhã, inglês à tarde, depois computação e se sobrar um tempo, televisão. O mundo se tornou tão competitivo que as pessoas esqueceram de viver a vida para atender a prontidão de um futuro incerto.
Hoje as frutas não são de época. A tecnologia do agro-negócio consegue produzir qualquer fruta o ano inteiro. Algumas por causa disso até perdem o sabor original. Era muito gostoso saborear a fruto logo que colhido no pé, na época própria.
A escola, ao longo do tempo, sofreu grandes modificações por conta de teorias, principalmente vindas de fora do país. Hoje um aluno leva de quatro a oito anos para estar totalmente alfabetizado. Hoje, por causa disso, temos analfabetos funcionais, independentemente do grau acadêmico atingido. A vida escolar era levada muito mais a sério, por incrível que possa parecer. A família participava de todos os movimentos dos filhos nas escolas. A vocação nascia cedo e o aluno geralmente sabia o que ia ser quando crescer. Hoje na época do vestibular (temos o Enem, o Pas e próprio vestibular) e não é incomum o indivíduo escolher um curso diferente para cada um, ou seja, geralmente não tem um ideal vocacional a cumprir na vida. Tenho exemplos reais disso.
As mulheres não fumavam naquela época porque ser mulher naquela instância da vida era ser diferente. Toda mulher tinha que ter certo comportamento social para ser aceita. Nesse caso, acho que aquela época era de uma tremenda repressão feminina. Mas o que veio a acontecer posteriormente, também não pode ser ignorado e nem tão pouco plenamente justificado.
O Fumo não era discriminado como hoje. Hodiernamente o Estado reprime tudo a bem da vida. Querem que o indivíduo não morra, quando se sabe que a hora da morte é de tal forma determinada que ninguém morre fora da hora. Sou contra isso, cada casa deveria, ela sim, determinar se no seu ambiente o fumo é permitido. No local de trabalho acho que o fumo deve ser proibido. Mas processar e ganhar uma ação contra o fabricante do cigarro, acho uma ignorância. Se ele não é proibido de fabricar e o comércio de vender, as consequencias de seu uso deveriam cair no usuário.
O sexo. Como dizia Freud: a coisa mais importante da vida. Para usar livremente o sexo, havia duas opções: a) para a mulher, casar no civil e no religioso, senão não era casamento, ou então se tornar prostituta ou conseguir pular a cerca sem ser descoberta e havia muito disso no passado. Não pensem vocês que toda mulher era “santa”. O sexo é tão imperativo que algumas o usavam como queriam sem serem descobertas. Se fosse, aí delas! b) os homens tinham mais liberdade, no entanto, não deixavam de ser vigiados. Masturbação nem pensar! Havia alertas punitivos a todo o momento, pois a medicina a condenava e a Igreja a execrava e os país seguiam esses padrões.
Como é hoje o sexo? Totalmente sem controle. É comum hoje as filhas avisarem sua mãe ou seus pais quando vão perder a virgindade e com quem. Mulher virgem hoje em dia depois dos 16 (dezesseis) anos é uma excrescência. Até num grupo de meninas elas se declaram iniciadas no sexo, só para não serem tratadas de modo diferente. O sexo livre começou com a pílula que era para a limitação de gestações indesejadas, (sempre condenadas pela Igreja) e largamente aproveitada pela mocidade para suas iniciações secretas aos prazeres orgiáticos. O filho tinha que provar ser “machão” ou seria execrado pelo pai. Era levado sem opção ou escolha ao prostíbulo da cidade (por incrível que pareça, na minha cidade ele se localizava na Rua Santo Antônio, veja que ironia, e desaguava na praça principal, ou seja, o centro da cidade). Moças não transitavam por ela por mais que a curiosidade as acicatassem. As prostitutas não freqüentavam os mesmos logradouros dos habitantes “de bem”, portanto, não havia confrontação. As namoradas sabiam perfeitamente que seus namorados freqüentavam aquele lugar, mas, à luz da realidade, que fazer? Aceitar plenamente a situação.
Hoje todo esse comportamento foi jogado ano lixo. Para que necessitamos de um prostíbulo (apesar de existirem alguns)? O sexo hoje é largamente aceito em toda a nossa sociedade. O governo distribui de graça a camisinha, principalmente na época de certas festas. Veja por exemplo o carnaval. O carnaval mudou tanto que hoje presume-se que seus participantes vão necessariamente copular à vontade, usando a camisinha do governo. Hoje até as mulheres já portam camisinhas em suas bolsas, para evitar esquecimento do “dito cujo”.
Além do mais os BBB televisivos, somados A Malhação, Sexo aberto no GNT e Multishow ainda em horário nobre, são excelentes exemplos para a moçada. Viva o sexo desenfreado!

(Continua na próxima semana)

segunda-feira, 7 de março de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

PROIBIÇÕES E TABUS

Parte I
Relembrando o passado para ordenar o presente e o futuro

Antigamente e quando eu digo antigamente é para trás de pelo menos 50 (cinqüenta) anos, tudo era diferente. Meu exemplo neste artigo se refere a uma realidade verificável para aquela época, numa pequena cidade qualquer do estado mais conservador do país (até hoje), ou seja, as Minas Gerais.
Para começar não tínhamos geladeira, telefone, e outras comodidades de hoje, somente um bom e usado rádio que servia para notícias, ouvir propaganda de tudo que existe hoje na televisão, e também para novelas que ficaram famosas e depois televisadas.
Famílias tinham privacidade, só amigos se visitavam sem aviso prévio, crianças levantavam cedo, arrumavam cada um sua cama na qual não podiam se deitar até à noite, todos tinha deveres com a casa. Na minha de três irmãos à época, por exemplo, a cada semana num rodízio, um encerava a casa com cera e depois o escovão (não existia enceradeira), um lavava a louça do dia e o outro enxugava. Isso era uma rotina para anos a fio.
Quando chegavam visitas as crianças eram proibidas de acompanhar os adultos e nem pensar participar da conversa. Todos os adultos era tratados por senhor ou senhora, os padrinhos e madrinhas eram respeitados como se fossem os pais, os velhos era venerados.
Os vizinhos não faziam barulho de nenhum modo. As ruas também eram via de regra silenciosas, pois, quase não havia automóveis. As festas sociais eram intensamente participadas, ou seja, toda a família unida. Na época de São João havia a indefectível fogueira (quanto maior melhor) e nos céus da cidade pululavam os balões de todos os tamanhos e modelos. Havia peritos em fabricação de balões, que não eram proibidos à época.
Os brinquedos eram fabricados pelas próprias crianças pois não os havia facilmente em lojas da cidade. As brincadeiras também eram de alguma forma inventadas pela criançada (nomenclatura válida até aproximadamente 14 anos).
As frutas produzidas em quintais não eram vendidas. Os vizinhos eram convidados a desfrutá-las quando maduras.
Na escola os professores detinham toda a autoridade secundada pela família. Quando um(a) aluno(a) era punido na escola a punição se repetia em casa. Ou seja, havia uma vigilância dupla escola/família. A escola ensinava e o aluno aprendia. Para se ter uma vaga idéia de como era, ao fim do primeiro ano escolar todos saiam perfeitamente alfabetizados e sabendo todas as quatro operações fundamentais da matemática, inclusive toda a tabuada devidamente decorada. Não havia progressão automática e repetições eram severamente punidas pela família. A boa escola era a pública, a particular era ruim quando existia. Ao fim do 4º ano primário os alunos eram submetidos ao primeiro vestibular acadêmico, o famigerado Exame de Admissão. Quem nela passava, continuava a ter vaga na escola pública, quem era reprovado não tinha mais direito a ensino custeado pelo estado.
As mulheres em quase sua totalidade não fumavam e quando faziam era em segredo ou em grupos.
O sexo era intensamente vigiado tanto pela família, como pela Igreja (seja lá qual for) e pela sociedade. As mocinhas eram intocáveis e os adolescentes homens faziam sua estréia sexual ou com as empregadas domésticas, muito comum na época, ou os próprios pais os levavam aos prostíbulos ou zonas de meretrício para provarem serem machões. E aí do filho que não desse conta do recado!
Não havia divórcio e muito mal o desquite que transformava a mulher numa vagabunda. Mães solteiras quase não existiam e as amasiadas quando tinham filhos, estes eram considerados filhos ilegítimos, pois só o nome da mãe era colocado na certidão de nascimento. Mais tarde, via de regra, todos esses filhos ilegítimos eram de uma forma ou outra perseguidos pela sociedade, principalmente professores mais ortodoxos e conservadores que conheciam a situação.
As moças que não se casassem até por volta de 24 (vinte e quatro) anos transformavam-se em titias e viviam o resto de suas vidas solteiras e se queimando por dentro e por fora.
Uma mocinha grávida estemporaneamente gerava um tumulto de graves proporções, até que o casamento ser efetivado nem que fosse para dar satisfação à sociedade e à Igreja.
Não havia essa coisa de um membro da família pertencer a uma religião diferente. Ninguém gozava dessa liberdade. Todos os membros da família pertenciam e freqüentavam juntos a Igreja e suas ocasionais festas religiosas. As religiões da época, ou seja, catolicismo e protestantismo juntos eram solidários no combate ao espiritismo e a Igreja Católica até onde eu sei sempre combateu a Maçonaria.
Na minha cidade, por exemplo, um católico deveria evitar de passar em frente da igreja protestante no passeio em frente. Era orientado a atravessar a rua, margear o passeio oposto e depois se quisesse poderia voltar para o outro lado da rua. Da mesma maneira deveria proceder com respeito ao Centro Espírita e à Loja Maçônica.
Houve até um fato curioso. Um protestante da cidade, querendo ser prefeito e sabendo que, como protestante, não conseguiria se eleger, resolveu abjurar sua religião e se converter ao catolicismo. Isso com tempo suficiente para que toda a cidade ficasse sabendo de seu ato.
Poucos anos depois ele foi efetivamente eleito a prefeito e como bom católico (convertido) teve uma ampla votação. Foi um bom prefeito. Mas quando ele passou o cargo para o próximo (naquela época não havia reeleição) ele imediatamente voltou à sua Igreja original. Só então os cidadãos da cidade perceberam que foram enganados. Não tenham dúvida, essa é uma história verídica.
A primeira e corajosa moça que resolveu um dia pular na piscina com um maiô de duas peças, foi imediatamente retirada da área de esportes da cidade. Anos ainda foram transcorridos sem que isso fosse permitido.
Os meninos começavam a trabalhar cedo. Eu mesmo comecei aos 11 (anos) e hoje com quase 72 (setenta e dois) anos ainda não parei. Trabalho não adoece, não mata e é até onde eu sei o melhor educador do caráter do homem. Erra o Estado de hoje proibi-lo.
Algumas novidades então, começaram a aparecer. Por exemplo: o Rock and roll, nova forma de dançar inteiramente diferente do até então vivido pela mocidade. Entra em cena a pílula anticoncepcional que tanta dor de cabeça deu aos pais das mocinhas mais travessas, aparece o movimento da jovem guarda com Roberto Carlos e companhia, os “hippies” e sua contracultura.
Até então, as doenças físicas e psíquicas de homens e mulheres eram diferentes, pois as atividades de cada um eram bem precisas e balizadas.

(Este artigo terá continuação na próxima semana)