segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

A FILOSOFIA E A ESCOLA

“Viver sem filosofar é como ter os olhos fechados sem jamais fazer um esforço por abri-los; e o prazer de ver todas as coisas que nossa vista descobre não é comparável à satisfação que dá o conhecimento daqueles que se encontram pela filosofia; e seu estudo é mais necessário para regular nossos costumes e conduzir na vida que o uso de nossos olhos para guiar nossos passos” (Descartes, René, Carta-Prefácio aos Princípios).


Antes de entrar na discussão direta do tema que encabeça o título deste trabalho, permitam-me, fazendo um amalgama, apôr em seguida uma descrição livre do termo filosofia, para que assim possamos “a posteriori” melhor compreender sua (da filosofia) necessidade escolar.
Descrição

A Filosofia reúne todo o conhecimento científico para uma visão de conjunto dos fenômenos do Universo; procura conhecer o que, porventura existe por baixo e por detrás da realidade fenomenal e para além da natureza, ou realidade numenal ou substancial (substâncias consideradas realidades em si existentes e servindo de suporte aos fenômenos), a essência ou natureza íntima das coisas e a razão ou causa última de tudo, a fim de satisfazer, dessa forma, as exigências mais profundas da razão humana. É o que constitui a suprema atividade intelectual, conhecida pela designação de Conhecimento Filosófico ou Filosofia.

Pelo que se pode notar, essa descrição intencionalmente abrangente, permite-nos a visão de um quadro, no qual o conhecimento filosófico quer queiramos ou não, quer o ignoremos ou não, implícita-se na categoria das atividades intelectuais, sem que o possamos alijar. Por isso mesmo necessário libertá-lo e em sabendo libertá-lo, não só atingir a sabedoria como fim último, ou pelo menos saber viver o cotidiano da existência como um ser autônomo, com desejos e metas próprios e capacidade de realização.
Por isso mesmo, não se pode deixar de reconhecer que o estudo da filosofia desenvolve o espírito de fineza. Exercita o pensamento a conhecer a realidade por si própria, tornando-se o estudante, ele mesmo esclarecido, portador de luz e força de discernimento.
Não pode, na nossa ótica, estar separada da educação, pois esta está ligada a uma premência do próprio homem. É ela – a educação – o conduto por onde transita a torrente da vida que demanda do passado. É através dela que o homem entrega a outros homens seus germes, suas sementes, suas esperanças.
Assim, que glória maior poderia a educação carregar, do que se propor, se obrigar a ser a transmissora dessa luz, desse discernimento e dessa sabedoria, que sem dúvida, tornará o homem, sempre melhor do que foi?
A educação, considerada apenas em termos de uma informação, de uma aquisição de conceitos, de formação somente para o trabalho, é uma visão distorcida do ser do homem no mundo.
Georges Gusdorf, em sua obra: Professores para que?, Filosofou um lindo e verdadeiro trecho que me permito aqui reproduzir:

“... seja qual for o momento da história da humanidade, viver nunca foi simples. Viver não é o desenrolar espontâneo de uma atividade que a si mesma se inventasse numa constante felicidade de expressão. Viver implica saber-viver; viver pressupõe ter vivido. Cada existência depende de existências anteriores, sem fim, que fixaram as grandes linhas segundo as quais se há de desenrolar a sua aventura. Todo o homem que vem ao mundo vem menos para viver do que para reviver de acordo com felicidades cujas origens se perdem na noite dos tempos.”
“a função pedagógica tem por tarefa situar os jovens no horizonte espaço-temporal da vida comunitária. Graças a ela, uma família humana determinada toma consciência de si em cada um dos indivíduos que dela dependem. Sob pena de não ser mais uma pessoa deslocada num universo vazio de sentido, todo homem deve encontrar o seu lugar entre os homens graças à sua iniciação nos temas, estruturas e aspirações cuja convergência define o programa vital de uma dada sociedade, isto é, a sua cultura.”

Se num rasgo de imodéstia inserirmos nesse contexto, que na sua iniciação o termo estrutura abrangente como está colocado, nele caberia insinuar-se que, a atividade de pensar, raciocinar e de intuir, próprias do conhecimento filosófico - o que não significa que o autor não o tenha percebido – também faria parte dessa estrutura, esse texto, para nosso propósito, estaria perfeito. Perfeito porque, no diálogo do homem com o homem e do homem com o mundo, o pensamento, através da linguagem, da sabedoria e do conhecimento, perfaz uma essencialidade que não permite tergiversações e erros, levando os seres a um maior entendimento recíproco.
Assim, pode-se facilmente deduzir que Filosofia e Escola, são entidades justapostas e indissolúveis para que o homem através do conteúdo de uma e a atividade da outra, se torne verdadeiramente homem, capaz de em sabendo pensar, raciocinar e intuir, saber escolher, decidir, caminhar e atingir metas, sem necessidade de se submeter a orientações político-ideológicas, das falsas orientações da mídia em todas as suas formas de expressão e mesmo orientando-se por uma atividade imitativa de outros homens. Cada ser ocupa um lugar no espaço e num tempo determinado, com uma missão própria, da qual, em dela fugindo, atrairá para si, somente o sofrimento e a infelicidade.
Concluindo, podemos facilmente observar que, a Filosofia, através do conteúdo que expressa e coloca à disposição do homem, pode libertá-lo das injunções do mundo e das circunstâncias cambiantes e a Escola, em cumprindo o seu dever de guardiã do saber, não pode se furtar à obrigação de ensinar Filosofia (em todos os graus de ensino) sob pena de negar às gerações futuras (como já vem acontecendo), um instrumental básico para a direção de suas próprias vidas. Infelizmente, essa é a uma sofrida lição que estamos aprendendo, ao ver uma geração inteira de brasileiros – por longos anos sem um contato efetivo com a Filosofia, num momento crucial de sua formação.

Eu pensando a quem interessa a ignorância do povo.


(até a próxima semana)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

O PROBLEMA DO SOFRIMENTO

Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo
http://www.pedroangueth.blogspot.com


O sofrimento é dor ou angustia que se manifesta como resultado do estímulo exterior, através das faculdades sensoriais, ou de conclusões interiores, julgamentos e percepções. Qualquer que se a sua causa é um estado oposto à alegria e ao prazer. De conformidade com, praticamente, todas as religiões e filosofias, o sofrimento é parte do fado de cada ser humano. Temos aprendido que a vida e o sofrimento são sinônimos. Não pode haver vida sem sofrimento e, por isso, seria difícil para nós, avaliar como o sofrimento poderia existir sem haver uma entidade consciente para se tornar inteirada desse estado ou condição.
O sofrimento que decorre do impacto de forças exteriores sobre o corpo físico é, comumente, interpretado como dor e sentido por todos os organismos biológicos, tanto quanto sabemos. Mesmo a mais inferior forma de vida, o insignificante animal unicelular, reage aos estímulos externos, com a pressão, o choque elétrico, ou o contato com um ácido.
A maneira em que o organismo vivo reage à dor ou aos estímulos externos que a provocam, varia consideravelmente com a própria vida. As formas de vida mais aprimoradas (sistemas complexos), tornam-se mais sensitivas à dor, dada justamente à complexidade de seus mecanismos, e de conformidade com todos os fatos observáveis, já do nosso conhecimento. Provavelmente, o ser humano e umas poucas das mais evoluídas espécies de mamíferos, são mais sensitivos aos estímulos externos e, por essa razão, experimentam, tanto a dor como o prazer, mais intensamente do que as formas mais primitivas.
A angústia é uma forma de dor que nem sempre é associada com a dor física. É o tipo que advém da intranqüilidade ou preocupação. Em outras palavras, ele assoma à consciência, no interior da própria mente do homem, como resultado de suas observações, conclusões e experiências existenciais. A angústia que experimentamos com o desfecho incerto de uma situação, de acontecimento que está ocorrendo ou que seja iminente, pode ser quase tão extrema, e muitos o afirmariam, mais extrema para provocar sofrimento, do que a própria dor física. As situações tensas, como as que se apresentam quando a vida está em jogo ou o futuro seriamente afetado ou ameaçado, são meios que dão origem à angústia, que pode a ponto de se tornar quase insuportável e derivar para outras formas de afecções.
Foi com base nesta descoberta organizada em forma de entrevistas, que Sigmund Freud deu início ao espetacular movimento da Psicanálise. Investigando os problemas que afligiam as 5 (cinco) personalidades femininas que constituem sua primeira comunicação psicanalítica, juntamente com o Dr. Breur, foi que ele se deu conta de que elas sofriam de angústia de recordações de fatos já há muito vividos.
O sofrimento experimentado pelas formas mais evoluídas e naturalmente mais complexas, torna-se mais agudo com a capacidade do homem para perceber seu meio e sobre ele refletir. O filósofo naturalista John Burroughs , observou que os pássaros que experimentavam aquilo que os seres humanos chamariam de uma forma de angústia, recuperavam-se rapidamente. Por exemplo, referiu-se ele aos ninhos de pássaros que quando destruídos, sendo mortos os filhotes; não obstante, dentro de um tempo comparativamente curto voltavam à vida normal. Algumas vezes apenas em questão de minutos, esses pássaros retomavam a sua conduta habitual cantando, e, mesmo, dando a aparência externa de se sentirem felizes.
Um acontecimento similar que se abatesse sobre um ser humano, provocaria um estado de dor, angústia e mesmo melancolia , durante longo tempo, possivelmente, mesmo, durante o resto da existência, tornando-se um problema existencial permanente. Como o homem tem se tornado mais sensitivo e perspicaz em sua compreensão e conduta em seu meio ambiente, tornou-se, também, mais sensitivo a quaisquer condições que pudessem interferir com a sua adaptação às condições ambientes.
Quando o homem vivia em pequenas comunidades ou lidava, estreitamente com apenas grupos limitados de pessoas, o sofrimento era, principalmente, uma preocupação individual, embora fosse ele observado e com a participação daqueles que cercavam. Houve, obviamente, épocas de sofrimento relativamente pequeno, por parte de pequenos grupos de indivíduos. Na sociedade dita evoluída de complexidades cada vez mais crescentes, da qual fazemos parte hoje em dia, jamais estamos por demais afastados do sofrimento. Não somente está o sofrimento em notícias (TV, jornais, revistas, internet ou diretamente) como resultado contínuo de acontecimentos nacionais e mundiais, bem como no nosso viver cotidiano, é ele repetidamente trazido à nossa atenção de uma maneira explícita.
História, livros, peças, novelas, filmes e noticiários, tendem a acentuar a existência do sofrimento humano, quer individual ou coletivo. Ligue o seu televisor e praticamente em qualquer hora do dia ou da noite, e, em algum canal, encontrará uma notícia, peça ou drama, no qual os indivíduos estão sofrendo dor e angústia. Isto existe a um ponto tal, que nos tornamos endurecidos em nossa atitude para com aqueles que sofrem; é não obstante uma das características salientes do comportamento humano que afetam e o colocam à parte de outros seres vivos, inclusive outros seres humanos na sua faculdade de manifestar solidariedade e compaixão.
Devemos todos sofrer, podemos, porém ser também tolerantes para com aqueles que estão sofrendo. Devíamos, portanto, manifestar solidariedade e compaixão, demonstrando, claramente, por nossas condutas – e refiro-me à nossa conduta total – que lamentamos estar uma pessoa ou uma sociedade passando por experiências dolorosas. Devíamos também, tornar conhecido o fato de que, se houver algo que pudermos fazer para minorar qualquer das condições que dão origem ao sofrimento, não pouparíamos esforços para prestar ajuda a quem quer que esteja sofrendo.
Que o homem é o guardião de seu irmão, é uma lei cósmica. Ninguém está só. Ninguém faz de si mesmo uma ilha, portanto, tudo que causa sofrimento a uma outra pessoa, deveria provocar também, em mim, sofrimento e angústia. Se eu não tentar aliviar o sofrimento do meu semelhante, terei menor possibilidade de aliviar o meu próprio.
Não se torna necessário manifestarmos compaixão e solidariedade por atos exagerados e públicos. Algumas vezes, os atos exagerados têm muito pouca significação. Hoje em dia, a remessa de flores ou de um cartão, (quando a pessoa não está ao alcance físico), como um substituto para uma demonstração de preocupação sincera. Quando somos vitimados pelo sofrimento, podemos facilmente reconhecer aqueles que, sinceramente, conosco se solidarizaram e ofereceram o seu auxílio. Isto, em certo sentido, representa uma condição relacionada com o sofrimento vicarial. Semelhante condição decorre do sofrimento de uma pessoa por sua participação solidária nas experiências de uma outra.
Não solucionaremos os problemas de uma outra pessoa ou aliviaremos o seu sofrimento, assumindo a sua dor, faremos, todavia, a outra pessoa compreender que há união em toda a vida. Toda a humanidade sentir-se-á estimulada e amparada se cada um de nós compreender que a carga que suportamos não é exclusivamente nossa. Portanto, embora nem sempre possamos aliviar o sofrimento do outro, mesmo que desejamos afastar a dor que representa sua carga, poderemos praticar a verdadeira compaixão. Por nossa atitude, poderemos demonstrar que nós, também, somos mortais e desejamos provar, àqueles que sofrem, que temos passado por experiências duras e às vezes semelhantes e vencemos cada uma delas. Cada ser humano deve se tornar cônscio de que estamos nesta vida procurando alcançar um estado de perfeição no qual a dor e a angústia não mais serão forças contra as quais teremos que lutar.


Eu pensando em quanta tragédia coletiva e pessoal presente em nossas vidas e sabendo que quem poderia ajudar a minorá-la só está curtindo a mudança de um palácio para outro.

(até a próxima 2ª feira)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

EDUCAR PARA QUE, NO TERCEIRO MILÊNIO?


O homem sensato se adapta ao mundo; o insensato insiste em tentar adaptar o mundo a ele. Todo o progresso depende, portanto, do homem insensato. (George Bernardo Shaw – 1885-1950 – Dramaturgo irlandês).

O presente artigo é a reedição de um original escrito por mim na década de 90, antes da promulgação da Lei de Ensino de 1994. Avaliem, portanto, se no tempo decorrido até aqui, algo foi feito a respeito. Façam o seu próprio julgamento.

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Não há dúvida de que o tão anunciado e falado Terceiro Milênio está às nossas portas. As tão apregoadas mutações que trará em seu bojo, não foram anunciadas, na prática, há muito tempo. Quem viveu como eu, as radicais transformações trazidas pela era do Rock dos primórdios dos anos 60, o movimento da Jovem Guarda Brasileira que se seguia e o tempestuoso e vivencial tipo de vida dos “hippies”, com seus festivais sem nenhum limite, nota a marca que deixou na geração de jovens nos anos 70 e 80.
O uso indiscriminado das drogas e da liberdade sexual, trazida por essas revoluções sociais, modificaram o padrão de apreensão da realidade. Foi como que o rompimento de um imenso dique de águas há muito represadas por décadas de rígida educação familiar, religiosa, política e educacional que, inclusive vimos culminar com os movimentos estudantis desde maio de 1968 na França, se alastrando por todo o mundo.
Uma nota positiva resultante desse terremoto social, foi sem dúvida, a luta pelos direitos civis dos negros, mulheres e demais minorias sociais. Na certa, o mundo mudou e nós os mais velhos temos, seguramente, uma visão mais ampla das oscilações que nos trouxeram até o momento em que escrevo (reescrevo) estas linhas.
Mas, os jovens de hoje, sem a experiência do passado, herdaram apenas esse caos de revolta que manifestam sem bem saber o porquê, sem dúvida alguma conscientes de que alguma coisa está errada em seu mundo: desemprego em massa, falta de oportunidades, miséria social e moral, caos da saúde e da segurança, políticos não muito confiáveis, salários baixos, impostos e tarifas públicas sufocando a renda, e em contraste, uma natureza exuberante e uma riqueza natural à sua volta sem limites, formando um fundo incompreensível.
Se não bastasse isso, catástrofes naturais conseguem arruinar populações inteiras, a nova lei da educação não sai e o sistema educacional é praticamente improdutivo. Que fazer então? Deixar que nossa civilização se desmorone por incompetência ou omissão? O que, nós educadores podemos fazer O que a educação como um todo pode fazer?
Repensar a educação para um mundo em rapidíssimas transformações sociais e tecnológicas, certamente é um desafio inquietante e quiçá impossível, sem metas globais que incluam todos os setores da vida humana. E por ser a correção de tamanha envergadura que sozinhos, como educadores, não possamos empreender no todo, devemos cruzar os braços e destinar a outros essa tarefa? Não há nada mesmo que possamos fazer? Muitos acham que não vale a pena nem tentar, tal a desolação que tomou conta desses educadores. Eu, entretanto, penso diferente.
Podemos fazer muito, desde que cada um faça a sua parte. Certo é, no entanto, que para fazer a sua parte, é necessário um tipo de conhecimento especial. É preciso urgentemente saber para onde está indo a grande corrente humana de nossos dias.
Toda a hecatombe social que nos trouxe da década de 60, até o limiar do III Milênio, e que se traduziu numa profunda mudança de valores individuais e sociais, resultou em última análise, de uma crise existencial sem precedentes. De repente, o homem percebeu que o mundo estava contra ele, que a economia trabalhava para uns poucos privilegiados, que a natureza estava sendo devastada pela ganância, que a tecnologia afastava o homem de seu posto de trabalho e criava necessidades apenas secundárias, que os políticos trabalhavam para seus próprios interesses, que os governos, principalmente os do 3º mundo, não avançavam a educação, porque o analfabetismo lhes era útil na hora de enganar o povo e que finalmente as religiões não respondiam mais às questões fundamentais do SER.
Daí que todos os dirigentes, quer político-administrativos dos Governos e os Potentados das grandes religiões, ficaram bastante assustados quando leva de jovens começaram a aderir a movimentos e filosofias orientais. Que queriam afinal esses jovens com esse novo rumo? Era sem dúvida, uma busca de novos valores, talvez mais puros e que lhes dessem um novo significado para a vida.
Ignorando todo esse processo, a educação continuou preparando os indivíduos para responderem aos reclamos da economia e da tecnologia sem se preocupar com o lado humano, interior, prazeiroso, dadivoso da existência, que não proporcionava a ele, a sua devida integralidade.
Esquecem os sistemas, quer educativos, quer políticos, que estes não se transformam miraculosamente, só se modificam quando há em nós uma transformação fundamental. Esquecem que o indivíduo é que é de primordial importância, e não o sistema; e, enquanto o indivíduo não compreender o processo total de si mesmo, nenhum sistema trará ordem e paz no mundo.
A educação moderna redundou em completo malogro, por ter exagerado a importância da técnica. Encarecendo-a em demasia, corremos o risco de destruir o homem. Desenvolvendo capacidades e eficiência, sem a compreensão da vida, sem uma percepção total dos movimentos da mente e do desejo, tornar-nos-emos cada vez mais autômatos que seres conscientes.
O progresso técnico resolve determinados problemas para certas pessoas, num dado nível, mas, ao mesmo tempo, gera problemas mais vastos e profundos. Viver num só nível, desprezando o processo global da vida, é atrair desgraças e destruição. A maior necessidade e o problema mais urgente de todo o indivíduo é adquirir a compreensão integral da vida, que o habilite a enfrentar suas contínuas e crescentes complexidades. O saber técnico, embora necessário, de modo algum resolverá as nossas premências interiores e os conflitos psicológicos. Escolhemos uma profissão de acordo com as nossas aptidões (quando isso é possível); mas seguir uma profissão libertará o homem do conflito e da confusão?
Nosso progresso técnico é fantástico, mas só teve como resultado aumentar nossas angústias e a possibilidade de nos destruirmos mutuamente; e em todos os países do mundo, existe a fome e a miséria. Não somos entes pacíficos e nem felizes.
Que fazer então? Abandonar o ensino da técnica que nos proporcionou os sensacionais avanços da medicina, da ciência e nos levou a uma vida confortável que desfrutamos hoje? Certamente que esse não é o melhor caminho. Mas para que o homem possa melhor integrar-se em seu próprio mundo, urge humanizar a educação-instrução, para que o outro lado do SER possa se desenvolver.
Para tanto a educação, desde a mais tenra idade escolar deve estimular o indivíduo a descobrir os valores perenes, sem descurar dos novos que são também verdadeiros e que surgem com a investigação livre de preconceitos e com o autopercebimento.
A educação do III milênio não deve estimular o indivíduo a adaptar-se à sociedade ou a manter-se negativamente em harmonia com ela, pois as gerações passadas com suas ambições, tradições e ideais, perveteram as mais íntimas aspirações humanas. Portanto, condicionar os alunos a aceitar o atual ambiente, é manifesta falta de consciência.
O que precisamos compreender é que não somos apenas condicionados pelo ambiente, mas que SOMOS o ambiente, que não estamos separados dele. Nossos pensamentos e reações são condicionados pelos valores que a sociedade, da qual somos uma parte, nos impõe, quando somos adaptados a ela.
Cumpre, portanto, que a educação ajude a libertar o homem para que ele, imerso em valores perenes, quer os do passado, do presente ou os resultantes de suas próprias investigações, possa contribuir para a construção de um mundo mais justo e agradável de se viver.
Para tanto, a nova educação não pode fugir ao dever de ajudar esse novo homem a derrubar as barreiras de todos os condicionamentos sociais, religiosos, psicológicos que lhe são inculcados, bem como considerar como CRIME DE LESA-LIBERDADE, a diretividade pessoal do educador em questões que sabemos afetará crianças em idade de assimilação sem censura, em suas relações futuras.
Concluindo, os caminhos da existência devem ser palmilhados com a liberdade de escolha, mas se essa liberdade nos é cercada pela indicação dogmática de duma única via, a maturidade nos reserva a tristeza, os desajustes psicológicos e a incapacidade de nos encontrar, que leva à frustração, às drogas, à inadaptação sexual e matrimonial, enfim ao desajuste social.
Sem dúvida alguma, a educação para o III Milênio deve ser a FAVOR DO HOMEM, e não contra ele, como tem sido até agora, ou não teremos civilização nessa era, a ver pelos prenúncios recentes, retratados pelo comportamento humano manifesto que observamos em nossos dias.
Deixemos enfim, que a verdade apareça e flua, doa a quem doer!

Eu pensando em como teria sido bom se tivesse mudado alguma coisa!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

MENSAGEM DAS 2ªAS FEIRAS

AS MISÉRIAS DO SER (Continuação)


7. O BRASIL NASCEU DE UM “CONTINUUM” DE BARBÁRIES

O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de Junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa.
Examinem por favor a data do tratado – 1494. Ora como é que se pode assinar um tratado sem conhecer o seu objeto. Está na cara, portanto, de que tanto Portugal como Espanha já tinham conhecimento dessas terras (que alías Colombo prenunciou).
Aí fico me lembrando de que, quando estudante do que hoje chamam primeiro grau de ensino (naquela época escola primária e ginasial), tanto professores quanto os livros e até as enciclopédias da época, nos enfiaram guela abaixo, que o Brasil teria sido descoberto por acaso. Diziam que as caravelas que aqui aportaram iam para as Indias e que por um problema que dizia respeito ou à falta de ventos para as velas, ou por causa das correntes marinhas, tais caravelas vieram a ter (por acaso) no Brasil.
Comecei mal minha instrução escolar a respeito deste país. Burrice dos professores, da escola ou das fontes de informação? Essa sem dúvida foi uma primeira barbárie e contra o cidadão que devia saber da verdade.
Outra barbárie foi o que fez a Realeza de Portugal. Distribuiu aos amiguinhos particulares as terras aqui encontradas, transformadas em sesmarias. E cada um fazia o que queria – muito parecido com o que os governantes e seus amiguinhos fazem hoje.
A segunda barbárie foi a vinda dos Jesuítas para cá. A história da Companhia de Jesus no Brasil inicia com a chegada dos jesuítas em 1549 na Bahia. Aí fundaram um colégio e iniciaram a catequese dos índios.
Vieram primeiramente para escravisar um povo livre e por que não, dono do pedaço. Logo depois viriam os negros africanos para aqui escravizados.
“A partir de 1530,com o conhecimento adquirido no fabrico do açúcar nas ilhas da Madeira e de São Tomé, e depois com a criação em 1549 do Governo Geral para o Brasil, a Coroa portuguesa procurou incentivar construção de engenhos de açúcar no Brasil. Mas os colonos encontraram grandes dificuldades no recrutamento da mão-de-obra e na falta de capitais para financiar a montagem dos engenhos de açúcar. As várias epidemias que, a partir de 1560, dizimavam os escravos índios em proporções alarmantes originou a que Coroa portuguesa fizesse leis que proibiam de forma parcial a escravatura de índios isto é, "proibiam a escravização dos índios convertidos e só permitiam a captura de escravos através de guerra justa contra os índios que combatessem ou devorassem os Portugueses, ou os Índios aliados, ou os escravos; esta guerra justa deveria ser decretada pelo soberano ou pelo Governador-Geral". Outras adaptações desta lei surgiram mais tarde.”
“A coroa Portuguesa autorizou a escravatura com a benção papal, documentada nas bulas de Nicolau V, editadas em 1452, que autorizavam os portugueses a reduzirem os africanos à condição de escravos com o intuito de os cristianizar, A regulamentação da escravatura era legislada nas ordenações manuelinas. A adoção da escravatura vinha assim tentar ultrapassar a grande falta de mão de obra, que também se verificava por toda a Europa”. (Adaptado da página do Wikipédia para economia de tempo).
E aqui os escravos ficaram até fins do século XVIII. Mesmo nesse século quando o Brasil (o último da libertar os escravos, no mundo) começou a sofrer pressões de outros países para acabar pelo menos com o tráfico, ainda assim, decorreram mais de 40 (quarenta) anos para que o tráfico fosse suspenso e mais um longo tempo até a libertação dos mesmos.
Sabe-se hoje, que os tão decantados Padre Antonio Vieira, Manoel de Nóbregra e Anchieta, não vieram para o Brasil de boa vontade, senão por perseguição da Inquisição Portuguesa. Haja visto que nenhum deles voltou à terrinha.(cumprindo degredo?). Aliás, o tão conhecido e decantado Padre Antonio Vieira era aquele dos famosos Sermões. Sabem o que dizia para os escravos? Mais ou menos isso: que eles deviam se conformar com a sua condição, que era melhor do que a dos seus senhores, pois eles, depois de mortos iam para o reino de Deus. Pode?
Continuando essa barbárie toda, os negros depois de passarem pelo vexame da Lei do Ventre Livre (quem não souber o que significa que pesquise), foram libertados pela pena da Princesa Isabel, sem nenhum direito a não ser o de tentarem sobreviver, não sei como. Para o meu entendimento, continuaram em outro estilo de escravidão. E por isso mesmo foram até hoje discriminados, pois a tão decantada discriminação racial no Brasil, não passa de discriminação econômica e financeira.. Felizmente, nos últimos tempos estamos acabando com ela (não sem alguns exageros).
Voltando no tempo, vamos verificar que outra faceta da barbárie seria o Brasil ter se tornado independente (para mim não), com o compromisso de pagar para a Inglaterra, a divida que Portugal devia para ela. Ou seja, começamos devendo aos tudos, e ainda por cima, essas decisões teriam sido tomadas por portugueses aqui radicados, uma vez que o Imperador, toda a sua corte, os dirigentes administrativos e a maioria dos deputados eram oriundos de Portugal. Uma bela lambança!
O Brasil da época era quase todo analfabeto, mandavam no interior, os famosos Coronéis que se portavam como soberanos que a justiça, a moral e a ética nunca alcançavam; nessa época a lingua Tupi-guaraní era plenamente falada aqui, juntamente com o Português; mais tarde o Tupi-guarani foi proibido, sendo aceita somente a lingua portuguesa e assim perdemos a chance de ser um país bilingue, o que seria por si só um charme.
Para completar a época, vocês sabem que até a mudança da Coroa para o Brasil, com a vinda do fujão D. João VI, com medo de Napoleão, não havia sequer uma gráfica no Brasil, sendo assim proibida a publicação de qualquer obra que não fosse antes censurada em Portugal? Não era a toa que Hipólito José da Costa publicava o jornal o Correio Braziliense a partir de Londres.
E como a barbárie não poderia acabar aí, surpresos podem ficar alguns, quando verificarem que o Brasil foi um dos últimos países da América Latina a ter sua universidade, sendo que a Universidade do Brasil só foi fundada em 1930. Até esta época só existia aqui desde 1827: Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho de, 1699; Faculdade de Direito de Olinda, 1827; Faculdade de Direito do Lago São Francisco.
Vejam abaixo o que já acontecia na América Latina em termos de educação, salvo os quatro últimos exemplos:




América Latina e no Caribe (fonte: Enciclopédia Wikipédia – Internet).
• Oficialmente: Universidade Nacional de São Marcos, Peru, 1551. Na operação contínua desde sua fundação em 12 de maio de 1551. É a mais antiga universidade de funcionamento contínuo nas Américas.
• Peru : Universidade Nacional de São Marcos , Lima , 12 maio de 1551, como Real e Pontifícia Universidade de São Marcos, "o decano da universidade da América" (o mais antigo, e a "primeira versão" oficial), pois é a única universidade no continente americano, que sobrevive, ininterruptamente, desde o século 16.
• México : Universidade Nacional Autônoma do México, 21 de setembro de 1551, como Real e Pontifícia Universidade do México (em 1920 muda seu nome para Universidade Nacional Autônoma do México, quando lhe deu a liberdade de definir seu próprio currículo e gerenciar seu próprio orçamento, sem interferência do governo).
• República Dominicana : Santo Tomas de Aquino Universidade, Santo Domingo , fundada por bula papal em 1538, e pelo touro real em 1747. Colômbia : São Tomás de Aquino Universidade , 1580.
• Argentina : Universidade Nacional de Córdoba , 1613.
• Equador : Universidade Central do Equador, 1622, 19 de Maio, Real e Pontifícia Universidade de São Gregório Magno.
• Chile : Universidade do Chile , 1622, 19 de agosto, com a Universidade de Santo Tomás de Aquino, em seguida, Real Universidade de São Felipe (1738).
• Bolívia : Real e Pontifícia Universidade Maior de São Francisco Xavier de Chuquisaca, 1624.
• Guatemala : Universidade de São Carlos de Guatemala , 1676.
• Venezuela : Universidade Central da Venezuela , 1721.
• Cuba : Universidade de Havana, 1728.
• Honduras : Universidade Nacional Autônoma de Honduras , 1847.
• Paraguai : Universidade Nacional de Assunção, 1889.
• Porto Rico : Universidade de Porto Rico, Rio Piedras 1903.
• Jamaica : University of the West Indies , Mona 1948 e University of Technology, Jamaica 1958.
• Suriname : Anton de Kom University , 1968.
• Granada : St. George's University , 1976.
• Dominica : Universidade Ross , 1978.
E para terminar por hoje, vamos também verificar que o Brasil só começou a deslanchar depois de uma revolução fajuta – Revolução de 1930 – que veio dar depois na Ditadura Vargas a partir de 1937, quando aí na verdade, descontados os excessos políticos – assim como a de 1964 – o país veio a tomar corpo.
E chega de barbárie, pois as contemporâneas nos bastam....
(na próxima 2ª feira, mudarei de tema, mas não prometo que não terei uma recaída de vez em quando)
Pensando em como poderia ter sido diferente....

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

AS MISÉRIAS DO SER (continuação)

6. A MISÉRIA MISERÁVEL

Nos artigos da série As Misérias do Ser, tive oportunidade de abordar A Miséria Material, A Miséria da Ignorância, A Miséria Intelectual, A Miséria Moral e Ética e por último A Miséria da Política.
Hoje vamos mesclar algumas dessas misérias num único ser e ver o quanto sua miséria se torna miserável.
Juntando a miséria material com a miséria da ignorância, que, aliás, via de regra andam juntas, temos um ciclo de vida muito interessante para os aproveitadores vinculados ao Estado ou não, uma vez que esse tipo de pessoa se presta a toda e qualquer forma de exploração.
Vimos em artigos anteriores, que a população de nosso país sofre de imensas deficiências, principalmente quando se trata dessa camada social. São, portanto, um grupo que não tem como sair desse caos miserável sozinho. São em torno de 50% da população total.
Se esse grupo pudesse ser incorporado à massa da população com certa independência material e um razoável suporte educacional, certamente não serviria para massa de manobra, principalmente política. No entanto, se esse grupo se desenvolvesse a ponto de poder mais e entender mais, causaria um grande prejuízo aos detentores de nossa política porque eles a partir daí não seriam mais encabrestados para as ações inconscientes por conseqüência.
Na outra série, teríamos que mesclar os detentores da miséria da ignorância, com a miséria intelectual. Bela miséria! Ignorância com vida Intelectual não se casam. Estarão sempre divorciados. A miséria da ignorância impede a conquista de uma vida plena de entendimento e um intelecto desenvolvido na medida certa para uma consciência esclarecida. Se nós somarmos aos 50% do grupo anterior, os que a esse pertencem teríamos então pelo menos mais 20%, perfazendo, portanto, 70% da população, uma vez que a ele teríamos acrescentado os analfabetos funcionais. Ora, agora vemos que o grupo de risco dos que podem ser levados como manadas ficou muito grande, mas, desgraçadamente, verdadeiro.
O próximo grupo seria os com deficiência intelectual e os que sofrem de miséria moral e ética. Ora, se sozinhos os do grupo mais intelectualizado, ainda assim não sabem sequer a diferença entre moral e ética, como vamos esperar que suas ações sejam norteadas com a firme consciência de terem agido corretamente? Sabemos que errar é humano, mas errar conscientemente é uma deslavada safadeza. Nesse caso, tanto a classe dos dirigentes econômico-financeiro-educacional e social, bem como a classe política, não sabendo qual é o uso correto da moral e da ética, falham terrivelmente em seus afazeres e seus projetos.
Por último temos o grupo dos que sofrem de miséria moral e ética e que estão envolvidos com a Política. Vejam que desastre. Esse a meu ver o mais importante uso da moral e da ética, ou seja, na política. Sem esses dois elementos básicos da filosofia, sequer poderia haver política. Na realidade os políticos e os que ajudam a formular algumas importantes leis morais que a sociedade adota ou vem adotar. A ética já é um problema mais complexo, que exige uma certa visão do que seja virtude e como ela caminha lá pelos lados da espiritualidade, fica difícil mesmo em países mais avançados, se pensar em Políticos agindo com ética. Pelo menos MORAL, seria o mínimo necessário para um desempenho razoável em termos de política. Mas até ela falta no conjunto dos atributos da maioria dos políticos. Moral e Ética deviam ser ensinadas desde os tempos da família, passando obrigatoriamente pela escola, bem como por uma boa religião ou filosofia mística quando há oportunidade.
Como a maioria dos nossos dirigentes ao longo do tempo foram seres que de alguma maneira sofreram sua falta ao longo de suas vidas, não poderíamos agora querer que elas estivessem entre nós. Mas porque não começar agora? Será que alguns um pouco mais iluminados não se habilitariam? Mas primeiro teriam que ler esse artigo e concordar com ele, o que seria já um grande avanço.
Concluindo: somando a miséria material com a da ignorância, temos cerca de 110.000.000 (cento e dez milhões) de brasileiros – esses não podem ser considerados ainda verdadeiramente cidadãos. Os restantes, cerca de 80.000.000 (oitenta milhões) dividem-se entre os demais, sendo que os da classe intelectual devem perfazer cerca de 20.000.000 (vinte milhões) entre os que produzem a intelectualidade e os que os seguem através de livros, revistas e jornais e uma pequena parte deles adstritos ao mundo acadêmico.
Dentro desses 20.000.000 (vinte milhões) encontram-se também os que sabem apreciar e cultivar a boa Moral e a boa Ética. São os religiosos com vocação verdadeira (nessa classe há também os aproveitadores), e as pessoas ligadas de alguma maneira ao estudo e cultivo da boa filosofia (há também a má filosofia).
Em suma, este país ainda está por se fazer. Mas quem se interessa? Agregar 110.000.000 (cento e dez milhões de pessoas) ao círculo da melhor vivência é uma tarefa hercúlea. Desde os meus tempos de escola que eu sempre disse que se leva uma geração inteira (25 anos) para se concluir qualquer projeto social. Mas em nosso país, a mania das interrupções intergovernamentais atrapalha tudo (se o antigo Mobral não tivesse sido desativado nos tempos da dita redemocratização, não teríamos hoje nenhum analfabeto), por exemplo.
Embora estejamos cientes de que vivemos uma Miséria Miserável, ainda tenho esperança de que um dia nossos governantes (em todos os níveis) acordem e façam justiça a esse maravilhoso povo brasileiro.

(Eu pensando em tudo que já poderia ter sido feito)

(Continua na próxima 2ª feira)