segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

AS MISÉRIAS DO SER

Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo
http://www.pedroangueth.blogspot.com


1. MISÉRIA MATERIAL

Todos sabemos que, sem um mínimo de apoio material: dinheiro, casa e comida, torna-se impossível uma vivência digna a qualquer ser humano. Isso é o óbvio e lógico raciocínio que se deve levar em consideração, quando se fala em sobrevivência.
No entanto, temos também que refletir sobre como se deve angariar esses requisitos básicos, para que uma vida se torne realmente digna.
A fome naturalmente, sempre foi um dos pesadelos e sofrimentos do ser humano, um dos mais aterradores. Só quem já passou por essa experiência sabe o quanto é doloroso passar diretamente por ela, e em piores circunstâncias ver seus familiares próximos submetidos à essa extrema falta.
Aprendemos ao logo da vida que a subsistência deve ser obtida com trabalho, esforço e abnegação. Até a Bíblia assim o demonstra, quando Adão e Eva foram expulsos do paraíso.
A fome campeia no mundo desde tempos imemoriais. E não teria mais sentido, após o advento da agricultura na criação de excedentes de produção, não fora o incipiente desenvolvimento humano.
Hoje com o extraordinário avanço tecnológico e acadêmico que a humanidade conseguiu, entende-se menos a existência da fome no mundo, pois as fronteiras agrícolas ainda são crescentes e as técnicas de plantio e colheita permitem abundantes safras.
No entanto, conflitos político/administrativos, não permitem que todos os cidadãos do mundo possam usufruir de uma alimentação que lhes permita sobreviver com dignidade.
Junto comigo, todos poderiam citar um sem número de soluções para esta questão. Mas para esse nosso artigo, vou me referenciar às questões que atingem somente o nosso país e que estão ligadas ao campo.
Muito já se falou daqueles nossos irmãos que passam fome, são mal nutridos e condenados pelo resto da vida a viver vidas miseráveis por causa dela. Porém há várias alternativas básicas que podem ser implementadas para acabar com tal situação.
Nossos governos, desde o advento de FHC resolveram lançar mão do auxílio financeiro direto, denominando: bolsa família, bolsa educação, bolsa qualquer coisa, etc., na tentativa de minorar situação tão evidentemente da fome que grassa em nossa terra. Tomou essa via por ser emergencial, e, que ninguém teria coragem de condenar.
No entanto, tal solução de emergencial, vai se tornando perene, uma vez que nenhum plano foi elaborado com vistas a tornar esses hoje aquinhoados, algum dia independentes dessas “esmolas” do Estado.
Dessa forma, podemos prever daqui para frente, gerações inteiras de clientes do Estado e, sabendo-se de que o crescimento da natalidade se dá, ordinariamente, nas classes mais pobres, espanta-nos ver que ao longo dos anos vindouros, com o crescimento vegetativo dessas populações, quantos clientes novos se farão apresentar! Quanta calamidade a mais!
Urge, portanto, que o Estado elabore políticas públicas destinadas a atender de forma digna essa faixa de nossa população. Tais políticas devem alcançar todas as necessidades humanas, desde Educação e assistência à Saúde, bem como distribuição de terras para plantio de forma adequada, ou seja, com a criação de Cooperativas de amplo espectro, ou seja, desde as sementes até a comercialização dos excedentes. Não deixar nenhum membro dessas famílias sem escola e sem saúde.
Tenho certeza de ser esse um plano de Salvação Nacional, que se for bem conduzido e nele acreditando toda a Nação, até os fazendeiros ricos e com terras plenamente agricultáveis, mas sem uso imediato, se fariam presentes, colaborando assim não só para a erradicação da fome, mas e principalmente formando uma legião de cidadãos úteis, primeiro a si mesmos, depois a toda a região onde atuam.
Matar-se-ia 5 (cinco) coelhos de uma só cajadada, ou seja, criaríamos um pólo de subsistência digna de milhares de famílias, criando ainda por cima um excedente que constituiria renda para outras despesas provenientes de outras necessidades; daríamos educação e instrução a todos dessa faixa populacional que quisessem delas usufruir, mas preferencialmente aos jovens à partir da escola fundamental; proporcionaríamos formação profissional, preferencialmente na área de atuação familiar; manteríamos a saúde para que as tarefas atinentes possam ser alcançadas; e por último mataríamos o tão indesejado MST.
Para tanto será necessária uma reforma mental em nossos políticos, pois a questão é política, visto o uso eleitoral decorrente das dádivas concedidas.
Qual governo se habilita a pelo menos pensar no assunto?


(continua da próxima 2ªfeira)
29.11.2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PSICANÁLISE, de onde, para quem.

PSICANÁLISE: De onde, para quem.

Prof. Msc, FRC, Psic. Pedro Henriques Angueth de Araújo
http//www.pedroangueth.blogspot.com


Não seria possível a qualquer ser humano, desconhecer que a Psicanálise é uma construção de autoria de Sigmund Freud. É tão identificada a origem dessa construção, pois ela levou 50 (cinqüenta) anos para fechar-se sobre si mesma com o advento da morte de Freud.
Guiado por uma forte intuição, senso de observação e arguta disciplina cientifica, nunca teve medo de mudar seus modos e métodos de investigação. Também teve a humildade para aprender. Seja com Breur na Salpetrerie e com aulas de Charcot em Paris, ou com seu confidente Fliess, procurou assimilar tudo quanto pôde, para depois tudo modificar e integrar num todo intelegível. Além do mais não tinha receio de recuar e modificar suas teorias, como o fez, por exemplo, com a Teoria da Sedução.
Também teve coragem de romper com parceiros e colaboradores, quando esses desviaram-se de suas idéias, como aconteceu com Jung, Rank, Reich, Ferenczi, Adler,. Tausk e outros. Queria manter na integralidade suas descobertas e suas construções.
Mas alguns de seus construtos principais não puderam ser rechaçados por nenhum de seus seguidores. Tanto a primeira tópica: inconsciente, pré-consciente e consciente, como a segunda: id, ego e superego, iriam se tornar de emprego universal, assim como a técnica da livre associação, seja ela verbal ou simbólica, a análise dos sonhos e a sexualidade infantil.
Desse modo, estava fechado o círculo a que não se poderia fugir, face às evidências de sua realidade. Pensando bem, a época dessas descobertas era, sem dúvida, a mais propícia para a sua emergência.
Histórica e sociologicamente analisada, a época era de repressão: 1. sexual e social nas mulheres, que não podiam usufruir dos prazeres naturais do sexo, pelos tabus vigentes; nem dos prazeres sociais, pois as mesmas não tinham liberdade para tal, submetidas que estavam a pais e a maridos. Além disso, havia subterraneamente muitos casos de abusos sexuais dentro das próprias famílias; 2. aos homens, importava casar cedo para usufruir do sexo sem problemas, pois naquela época grassava um surto de sífilis, cuja doença não tinha cura e incapacitava o homem pelo resto de seus dias. Essa doença era comumente transmitida pelas mulheres de vida fácil; 3. toda a sociedade estava submetida a um regime político autoritário, contra o qual não se admitia argumentação.
No entremeio de tudo isso, explodia a 1ª Guerra Mundial – 1914-1918, tendo nela lutado, um dos filhos de Freud.
Tudo isso formava um quadro fértil para a percepção de traumas, recalques, castrações, neuroses de vários matizes, fobias, agorafobias, bem como várias outras afecções da psique.
Enfeixado tudo isso, e no meio de tudo isso, derivada das reuniões das quartas-feiras, o círculo em volta Freud resolve fundar a IPA – International Psicanalyse Association (Associação Internacional de Psicanálise), que de ora em diante cuidaria da legitimidade e da transmissão da teoria e da técnica psicanalítica.
No entanto, como já se disse anteriormente, vários companheiros de Freud desertaram, por um motivo ou outro, (não cabe aqui discutir as razões individuais nem tampouco combatê-las), estabelecendo cada um “per si” sua própria teoria (sempre de alguma forma derivada de Freud), como sua prática. Quebrava-se primeiramente com Theodore Reick, a primazia do tratamento feito somente por médicos (vide texto do próprio Freud sobre Análise Leiga, Vol XX de suas Obras Completas) e posteriormente com Melanie Klein, a psicanálise original sofreu algumas mutações, assumindo o colorido conveniente para cada situação, sem no entretanto, fugir da dogmática principal.
Talvez os autores de teorias mais proficuamente mutantes foram: Ferenczi, Melanie Klein, Winnicott, Wilpert R. Bion, Henri Kohut, Lacan, Didier Anzieu e A. Green, só para falar de uns poucos e de alguns que estiveram mais perto de Freud, com relação ao tempo. O fato é que a Psicanálise ganhou o mundo livre e se instalou definitivamente entre nós.
A psicanálise brasileira e latino-americana data de em torno de 1950. De lá para cá, tem refletido com as mesmas nuances, o pensamento Inglês ou Francês, através de seus teóricos ou da formação especifica de cada linha.
No entanto, nesses últimos 60 (sessenta) anos, a sociedade global sofreu a mais marcante de suas mutações ao longo da história. O leste europeu se fechou por 70 (setenta) anos para depois de abrir com um estrondo político, econômico e social de grandes proporções, obrigando a Alemanha a uma mudança radical e aos outros países uma reconstrução de base; a era industrial instalou-se definitivamente e posteriormente no mesmo sentido a era tecnológica, dando ensejo ao aparecimento inevitável da globalização.
No Brasil tivemos o maior e mais rápido índice de urbanização do mundo, com o quase abandono do meio rural, pelas famílias que ainda produziam alguma coisa e o conseqüente inchaço das cidades; as mulheres fizeram (como de resto em todo o globo), uma revolução silenciosa e afinal adquiriram sua independência econômica, financeira e sexual, e até 1989, estivemos constantemente sob a ameaça de uma 3ª (terceira) guerra mundial pela polarização das forças políticas e geográficas, mantida pela guerra fria entre os blocos ocidental e oriental; a Iugoslávia acabou de maneira sangrenta, gerando depois conflitos étnicos de grandes proporções; todos os países comunistas se democratizaram e se ocidentalizaram, com a execessão da China, Coréia do Norte e Cuba.
A China para sobreviver inventou um regime comunista misto que está conseguindo levar não se sabe por quanto tempo; a Coréia do Norte está entrincheirada, dando trabalho ao resto do mundo, não se sabe por quanto tempo, assim como Cuba, esta, obrigando sua população a uma vida miserável; os conflitos do Oriente Médio, nunca foram e não sabe se serão resolvidos a contento, porque os Estados Unidos o instiga e o governo Bush resolveu sem mais nem menos, ser o juiz do mundo em causa própria.
Diante desse quadro, como fica a psicanálise?
Por incrível que nos pareça, a psicanálise ficou bem. Hoje em quase todas as Instituições de Ensino Superior que se preze, há quando pouco, um curso de Pós-Graduação em Teorias Psicanalíticas Aplicadas. Vários outros cursos de formação psicanalítica foram instituídos, proporcionando a quantos queiram o conhecimento mais aprofundado do assunto, e para aqueles vocacionados uma formação variada que os testará em sua nova atividades profissional, seja ela docente ou no consultório.
As mulheres como já vimos antes ganharam também um espaço precioso para o exercício de suas vocações analíticas e estão obtendo o sucesso esperado. Não há literatura sobre o desenvolvimento da humanidade que não mencione a importância da psicanálise no concerto dos avanços identificados.
No entanto, se compararmos as necessidades de conteúdo que eram suficientes para o exercício da profissão até meados do Séc. XX, com as de hoje, verificamos uma ampliação considerável, tendo em vista não só o avanço tecnológico do planeta, bem como o avanço e a diversificação social dos interesses, demandando mais educação e preparação psicológica dos postulantes.
Nesse ínterim, meados do Séc. XX, e início do Séc. XXI, uma brutal transformação aconteceu na sociedade global, fazendo aparecer em pouco tempo, síndromes e situações que antes não eram suscitadas pela maior simplicidade social.
Hoje, para uma boa formação do Psicanalista, há que se atentar para conhecimentos complementares, em Sociologia, Filosofia, Antropologia, História, Psicologia e algumas informações pertinentes em Medicina, Psiquiatria e Neurociências.
Sabemos diante desse enorme conteúdo, que ele não é factível de ser transmitido no bojo dos cursos então existentes, por mais longos que possam ser. Ficarão por suposto, a cargo do autodidatismo de cada profissional.
Diante do exposto, ao mesmo tempo, que se abriu um leque no campo da formação do Psicanalista, vemos por outro lado, que sua competência e sobrevivência enquanto profissional está “ispo facto”, diretamente vinculado a estudos e formação constantes ao longo da vida, não só para entender a evolução da teoria, como as novas formas de abordagem das novas facetas com que nos apresentam os novos comportamentos humanos e seus diversificados problemas. Até porque, recorrem hoje à Psicanálise um grande número de novos pacientes com problemas nunca tratados ou pesquisados.
Além disso, a teoria psicanalítica hoje muito interessa a educadores de todos os matizes e graus de ensino, no afã de tentar compreender algumas atitudes e comportamentos discentes, com o fim de ajudar a dirimir não só conflitos pessoais e grupais, como conseguindo identificar possíveis causas, fazer o encaminhamento aos profissionais competentes em cada caso.
Não há dúvida de que a psicanálise adentrou todos os escaninhos da sociedade moderna, sendo de qualquer maneira útil como instrumento de desalienação e completude existencial dos indivíduos.
Cremos dessa forma ter respondido a questão inicial.

O BRASÍL VAI BEM OBRIGADO!

MINHA MENSAGEM DAS SEGUNDAS-FEIRAS

Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo
http://www.pedroangueth.blogspot.com


O BRASIL VAI BEM, OBRIGADO!

O Brasil vai bem obrigado! Os banqueiros estão felizes, os industriais também, idem para os proprietários de planos de saúde e a classe política de esquerda então, está nas nuvens.
O Brasil vai bem obrigado é um título que até certo ponto é correto. Há 16 (dezesseis) anos, o país vem acelerando o seu desenvolvimento.
Com o iluminado governo de Fernando Henrique Cardoso, tivemos oportunidade de ter o Plano Real, a Quebra de Patentes de Medicamentos, para suprimento das necessidades internas, a Privatização do que era privatizável, a Quebra da reserva de mercado da informática, alem da regularização da farra bancária através do acertado Proer.
Quando Lula assumiu e teve juízo suficiente para continuar a política então implantada, dada a continuidade necessária, o país se viu em condições de dar um salto econômico de proporções apreciáveis.
Hoje temos um parque industrial dos mais significativos do mundo, um gerenciamento macroeconômico satisfatório e perspectivas de crescimento contínuo, o que favoreceu ao Brasil, atravessar a crise econômica mundial sem quase nenhuma afetação, para não dizer nenhuma.
Além do mais, como já dizia Monteiro Lobato em 1930 – O Petróleo é Nosso – verificamos que somos autosustentados em termos de energia, claro, com muito ainda a fazer para torná-la utilizável.
Os caminhos futuros são claros, porém não tão suaves. Temos um dos maiores índices de corrupção do mundo, um MST retrógrado, o de mais primitivo que existe, um Sistema de Saúde apavorante, um sistema educacional que não educa e nem ensina, um sistema de segurança que não segura nada. Não temos nenhum plano nacional para nada. Nenhuma política pública clara que possa definir os rumos a seguir. Isso torna o gerenciamento que até então é satisfatório numa babel sem controle.
Além do fato dos partidos de esquerda sempre usarem o esquema do loteamento político dos cargos, esquecendo-se do mínimo de meritocracia, como forma de escolher os melhores técnicos e/ou entendidos para as diversas áreas de gerenciamento, não contamos com o estudo de prioridades fundamentais em termos de infraestrutura necessária para apoiar o desenvolvimento. Deixo para explicitar a questão da infraestrutura em outro artigo.
Podemos concluir, apesar de tudo do que foi dito que o Brasil, junto com a Índia e a China, caminham para fazer parte do bloco mais poderoso do planeta. Mas onde fica o Ser Humano Individual?
Será que seremos uma potência econômica com um povo desprovido do que mais básico existe, ou seja, saúde, educação, segurança e trabalho? Quanto mais um país se desenvolve, mais necessita destes quatro pilares de sustentação. E o que tem sido feito nessa área: QUASE NADA, o insuficiente, o deficitário. É provável que daqui a pouco tenhamos que importar técnicos e cientistas de todas as áreas para dar conta de nossa posição.
E aí, com que cara vamos aparecer no cenário do futuro? Todos os quatro pilares são fundamentais, no entanto, para serem eficientes necessitam de ações complexas, profundas e duradouras para que surtam efeito. Também necessitarão primordialmente que sejam organizados por pessoas que sabem o que estão fazendo, e também com a capacidade técnica comprovada. Ao Brasil não se permite mais tentativas. Um erro daqui para frente terá uma cobrança longa e desastrosa.
Quem de mim discordar, que ofereça o contraditório.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A FOBIA RACISTA

A FOBIA RACISTA

Prof. Pedro Henriques Angueth de Araújo


1. NORDESTINOS


De início quero deixar claro que sou inquestionavelmente contra qualquer tipo de discriminação, racial, sexual, acadêmica e cultural.
Portanto, não posso me conter quando se trata o Nordestino de forma pejorativa quanto venho tomando contato pela internet. O Nordestino por princípio é um povo pacífico, ordeiro e amavelmente acolhedor. Considero o povo mineiro o mais hospitaleiro deste país, mas o nordestino não fica atrás. Tanto é assim que é a área do Brasil que mais conheço e que mais visitei e visito em minhas férias é o Nordeste, e, diga-se de passagem, não sou nordestino, sou mineiro/brasiliense.
Tive uma casa de praia há alguns anos atrás na cidade de Prado, quando lá era uma pacata cidade de pescadores e nunca me esqueci disso. Tive mais amigos baianos do que de qualquer outro estado do Brasil.
Sempre admirei a cultura – musical e literária – dos autores do nordeste.
Será que os detratores do nordestino não se apercebem desta realidade ou sou um visionário incorrigível? Penso que esse tipo de detratores não conhecem o nordestino em seu “habitat”, na sua faina, na sua paciência, na sua tolerância e na sua tenacidade em lutar por sua sobrevivência tão difícil.
Será que detratores do nordestino não percebem quantos “déficits” têm esse povo: econômico, acadêmico, educacional e cultural? A que se deve culpar por serem assim? À sua falta de querer e poder ou as falhas ações do estado e dos governos que não implementaram políticas publicas suficientes para permitir a superação de seus “déficits”. Por serem um povo meigo, sociável e trabalhador, não quer dizer que têm que responder culturalmente em pé de igualdade com o de outras áreas geográficas.
Não culpemos o nordestino por algo que não lhe deram por direito. Culpemos aos políticos, que à guiza de obter favores eleitorais, mantem-nos em estado de necessidade para uma troca de favores oportunistas.
A visão de um povo é dada por aquilo que lhe dão. E como conseqüência ele não pode agir de forma diferente. Nordestinos, enquanto falarem mal de vocês eu estarei aqui para falar bem. E ponto final.


2. MONTEIRO LOBATO E CIA.


Não posso deixar também de denunciar o outro lado da fobia racista. Desta vez a do próprio estado que numa atitude vesga, estrábica e quase cega, tenta encontrar numa obra do princípio do séc XX, malefícios racistas para nossos estudantes.
Ora, passei minha infância e adolescência lendo e relendo obras em cujo cenário encontram-se personagens de todas as raças e etnias, umas elevando-as e outras detratando-as. Nunca fui influenciado pelo lado negativo em que eram representadas, porque tinha como exemplo a forma como a sociedade efetivamente tratava as outras raças e etnias.
Qual o motivo dessa diatribe de fobia racial neste momento do séc XXI? Será que perdemos o bonde da história. Sou daqueles que nunca considerou o povo brasileiro racista. Na realidade o que tenho observado ao longo de toda a minha existência é que o brasileiro é discriminador em termos de economia. Não nego alguns casos isolados, ditados pela ignorância.
Podemos nos lembrar que o Estado Brasileiro sempre foi racista. Vejamos: até alguns anos atrás a Marinha não admitia oficiais negros. Nas outras forças militares, apesar de aceitá-los eles nunca atingiam os postos superiores. No Ministério das Relações Exteriores acontecia o mesmo. E agora me digam quem fomentou esse racismo, foi o povo? Não, mais uma vez é o Estado o criador de uma falsa idéia.
Portanto, o que o Ministério da Educação tem a fazer é modificar através das atividades de sala de aula esses resquícios criados pelo próprio estado. Se as outras obras do tipo Monteiro Lobato, sofrerem esse tipo de reação racista, daqui há pouco não vamos conseguir adquirir obras monumentais da humanidade só porque serão banidas do editorial brasileiro.
Um outro exemplo disso é que se a escola funcionasse igual para todos, não teríamos hoje a tão discutida COTA nas universidades. Isso faz parecer que os de outras raças e etnias são uns coitados. Eles apenas não tiveram o beneplácito do Estado em igualdade de condições com os chamados “brancos”. Mais uma falha do Estado.
Sabemos hoje, que a capacidade de aprendizagem não está restrita a determinadas raças e etnias, como no principio do século, até cientistas brasileiros faziam crer que não poderia haver desenvolvimento abaixo do equador e que os brasileiros não brancos não tinham capacidade para o aprendizado da ciência e a imerção na cultura.
Finalizando, devemos culpar às políticas públicas de educação promulgadas por nossos governos, a falha e o lamentável equívoco a que estamos sendo obrigados a presenciar. Mas sabemos que tudo isso pode ser consertado. É só haver vontade política.

(Eu raciocinando, após uma trajetória de professor universitário por 32 (trinta e dois anos).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ENEM POBRE ENEM

Se nós tivéssemos um verdadeiro Ministro da Educação, com toda a sua hierarquia administrativa, talvez não presenciássemos ano a ano, a vergonha que são as tentativas de aplicação das provas do Enem.
Se nós tivéssemos um verdadeiro Ministro da Educação, o ENEM poderia hoje, ser o substituto do vestibular para todas as Instituições de Ensino o País.
Mas como o Enem não foi, não é e não será, é deplorável as palavras do Presidente Lula, longe da sua bela realidade, dizer o que disse. Ora, ajam por favor, ao invés de falarem, mostrem que a Educação tem algum valor.
E parece que não continuará tendo, pois como tivemos oportunidade de ver quando dos debates políticos dos então candidatos a Presidente da República, ambos, inclusive na reta final, propugnaram por uma educação técnica, voltada exclusivamente para o trabalho, como se o trabalho fosse tudo na vida.
Falam muito dos possíveis erros da educação do passado. Está certo que ela era excessivamente elitista, mas, pelo menos, ensinava o aluno a PENSAR. E é por isso que tínhamos, Elite Política, Administrativa, Econômica e etc. Mas como diziam filósofos inteligentes de antanho, Pensar é muito perigoso. Mas, perigoso para quem? É óbvio para quem Pensar é perigoso.
Todos os governos de esquerda, em todo o mundo, procuraram em primeiro lugar dominar a cultura do país, criando-lhe as barreiras necessárias que evitassem o homem de Pensar. Pensando o homem REFLETE. REFLETINDO, descobre verdades, torna-se um crítico do erro, da maldade e da corrupção. Torna-se um incômodo para o Estado, e os Partidos Políticos que dominam a cúpula.
Ninguém aposta hoje, que esse tipo de educação vá mudar. Está muito bom para a cúpula governante. Analfabetos e analfabetos funcionais, não lêem jornal, fazem outra coisa com ele.
Pelos dados do Governo, há hoje no Brasil, 14,5 milhões de analfabetos, mas não encontramos dados dos analfabetos funcionais que calculo na casa dos 60 milhões, ou seja, 74,5 milhões de cidadãos inúteis às decisões nacionais, a quem cabem apenas viver o resultado das diretrizes emanadas do poder.
Triste educação brasileira que vai continuar deixando milhões de cidadãos sem o direito de pelo menos PENSAR, desde que é muito para o nosso povo, MESMO O LETRADO, REFLETIR.