segunda-feira, 14 de março de 2011

MENSAGEM DAS 2ªS FEIRAS

PROIBIÇÕES E TABUS II

Parte II
Ainda comentando o presente à luz do passado

No começo da parte I deste artigo, levo em consideração o tempo por uma razão muito simples. As pessoas vivem suas vidas sem pensar que o tempo vai passar e as coisas vão mudar, às vezes drasticamente. Temos mania de passar pela vida sem analisá-la convenientemente. Foi Sócrates que pela primeira vez disse: “A vida não analisada não merece ser vivida”. Eu concordo com ele. Portanto, estou sempre tentando entender o que está se passando.
Ora, não tínhamos a infinidade de tecnologia que temos hoje, no entanto, será que vivemos tão bem? Seria realmente necessário dependermos dessa parafernália que usamos hoje? Às vezes tenho até raiva por ter que depender do celular, por exemplo. Ele me interrompe quando menos espero e em qualquer lugar. Se eu não atendo, é possível que do outro lado da linha alguém possa estar pensando que eu o estou desprezando. Não atendo celular quando estou dirigindo e não atendo quando estou atuando em análises.
O computador tornou meus dias mais iguais. De certa forma, todos nos tornamos um pouco escravos dele. Tem memória para guardar tudo, posso me comunicar com quem quiser sem depender de distâncias ou horários, mas hoje, não posso mais passar sem ele. Tenho até um horário específico para usá-lo, pois quem não tem e o usa indiscriminadamente por horas a fio, como certa classe de jovens, acabam ficando doentes. Já tratei de um maníaco por internet. E nós sabemos que esse fantástico aparelho não possui nem conhecimento, nem sabedoria. Ele apenas possui informações e na sua maioria, informações de má qualidade. Conhecimento é produto de raciocínio e reflexão e sabedoria é a aplicação dos dois.
O telefone é útil, mas poucos o sabem usar, principalmente as mulheres que ficam falando de tudo por horas a fio. Rádio ninguém mais ouve, foi substituído pelo MP3,4, etc., somente para ouvir musicas selecionadas.
A televisão é a porcaria mais sofisticada que já vi. A cada ano saem modelos os mais tecnologicamente fabricados. Há hoje um consumismo desses aparelhos. A minha televisão, por exemplo, é uma LG – Slin, tubo grande, 29 polegadas de tela plana, uma imagem impecável que eu resistirei trocar até que não funcione mais e eu seja por questões de mercado obrigado a comprar uma nova desses modelos que estão saindo hoje. Ela me satisfaz plenamente nos poucos momentos em que a uso, apenas para aprender alguma coisa.
Sim, as famílias além de terem privacidade, tinham disciplina. Sem disciplina não se forma um verdadeiro ser humano. Hoje os filhos mandam nos pais exigindo-lhes até o que não podem fornecer.
Hoje os filhos não só participam da conversa dos adultos, como se tornam o elemento principal dela. Ainda penso que conversa de adultos é para adultos. Crianças devem viver o seu próprio período no lazer da vida. Mas hoje elas têm até celular! Brincam no computador dos pais. Hoje as crianças e os adolescentes não estão nem aí para os mais velhos, mas exigem toda a atenção para eles. Não deviam ser educados de maneira diferente?
Vizinho hoje, seja residindo em apartamento ou casa é sempre sinal de problema. Cada um tem uma educação diferente. Hoje as crianças e os jovens são criados sem o cuidado com o respeito aos outros e quando são chamados a atenção por isso, geralmente ficam ofendidos. Os próprios vizinhos acham que podem fazer o que quiserem em suas quatro paredes. Os carros que transitam em nossas portas geralmente provocam barulhos intensos. Onde eu moro os carros com sons estridentes são comuns a qualquer hora do dia ou da noite. Só posso desejar que todos fiquem surdos no futuro para assim valorizarem o silêncio ambiente. Não existem mais festas sociais que agregam as famílias, além daqueles que dizem respeito ao aniversário de crianças. Nem os adultos primam por familiares em suas festas. O uso dos balões hoje em dia foi vetado a bem da comunidade e as festas de São João são comumente usadas como arrecadação de fundos para Igrejas, Colégios e associações de toda ordem. Acabou o São João familiar.
Sim, os brinquedos eram fabricados pelos que os usavam. Vejam o vídeo que eu mandei em conexão com a primeira parte desta mensagem. Pura demonstração de criatividade. E mais, tinham tempo e liberdade para brincar. E hoje? Escola de manhã, inglês à tarde, depois computação e se sobrar um tempo, televisão. O mundo se tornou tão competitivo que as pessoas esqueceram de viver a vida para atender a prontidão de um futuro incerto.
Hoje as frutas não são de época. A tecnologia do agro-negócio consegue produzir qualquer fruta o ano inteiro. Algumas por causa disso até perdem o sabor original. Era muito gostoso saborear a fruto logo que colhido no pé, na época própria.
A escola, ao longo do tempo, sofreu grandes modificações por conta de teorias, principalmente vindas de fora do país. Hoje um aluno leva de quatro a oito anos para estar totalmente alfabetizado. Hoje, por causa disso, temos analfabetos funcionais, independentemente do grau acadêmico atingido. A vida escolar era levada muito mais a sério, por incrível que possa parecer. A família participava de todos os movimentos dos filhos nas escolas. A vocação nascia cedo e o aluno geralmente sabia o que ia ser quando crescer. Hoje na época do vestibular (temos o Enem, o Pas e próprio vestibular) e não é incomum o indivíduo escolher um curso diferente para cada um, ou seja, geralmente não tem um ideal vocacional a cumprir na vida. Tenho exemplos reais disso.
As mulheres não fumavam naquela época porque ser mulher naquela instância da vida era ser diferente. Toda mulher tinha que ter certo comportamento social para ser aceita. Nesse caso, acho que aquela época era de uma tremenda repressão feminina. Mas o que veio a acontecer posteriormente, também não pode ser ignorado e nem tão pouco plenamente justificado.
O Fumo não era discriminado como hoje. Hodiernamente o Estado reprime tudo a bem da vida. Querem que o indivíduo não morra, quando se sabe que a hora da morte é de tal forma determinada que ninguém morre fora da hora. Sou contra isso, cada casa deveria, ela sim, determinar se no seu ambiente o fumo é permitido. No local de trabalho acho que o fumo deve ser proibido. Mas processar e ganhar uma ação contra o fabricante do cigarro, acho uma ignorância. Se ele não é proibido de fabricar e o comércio de vender, as consequencias de seu uso deveriam cair no usuário.
O sexo. Como dizia Freud: a coisa mais importante da vida. Para usar livremente o sexo, havia duas opções: a) para a mulher, casar no civil e no religioso, senão não era casamento, ou então se tornar prostituta ou conseguir pular a cerca sem ser descoberta e havia muito disso no passado. Não pensem vocês que toda mulher era “santa”. O sexo é tão imperativo que algumas o usavam como queriam sem serem descobertas. Se fosse, aí delas! b) os homens tinham mais liberdade, no entanto, não deixavam de ser vigiados. Masturbação nem pensar! Havia alertas punitivos a todo o momento, pois a medicina a condenava e a Igreja a execrava e os país seguiam esses padrões.
Como é hoje o sexo? Totalmente sem controle. É comum hoje as filhas avisarem sua mãe ou seus pais quando vão perder a virgindade e com quem. Mulher virgem hoje em dia depois dos 16 (dezesseis) anos é uma excrescência. Até num grupo de meninas elas se declaram iniciadas no sexo, só para não serem tratadas de modo diferente. O sexo livre começou com a pílula que era para a limitação de gestações indesejadas, (sempre condenadas pela Igreja) e largamente aproveitada pela mocidade para suas iniciações secretas aos prazeres orgiáticos. O filho tinha que provar ser “machão” ou seria execrado pelo pai. Era levado sem opção ou escolha ao prostíbulo da cidade (por incrível que pareça, na minha cidade ele se localizava na Rua Santo Antônio, veja que ironia, e desaguava na praça principal, ou seja, o centro da cidade). Moças não transitavam por ela por mais que a curiosidade as acicatassem. As prostitutas não freqüentavam os mesmos logradouros dos habitantes “de bem”, portanto, não havia confrontação. As namoradas sabiam perfeitamente que seus namorados freqüentavam aquele lugar, mas, à luz da realidade, que fazer? Aceitar plenamente a situação.
Hoje todo esse comportamento foi jogado ano lixo. Para que necessitamos de um prostíbulo (apesar de existirem alguns)? O sexo hoje é largamente aceito em toda a nossa sociedade. O governo distribui de graça a camisinha, principalmente na época de certas festas. Veja por exemplo o carnaval. O carnaval mudou tanto que hoje presume-se que seus participantes vão necessariamente copular à vontade, usando a camisinha do governo. Hoje até as mulheres já portam camisinhas em suas bolsas, para evitar esquecimento do “dito cujo”.
Além do mais os BBB televisivos, somados A Malhação, Sexo aberto no GNT e Multishow ainda em horário nobre, são excelentes exemplos para a moçada. Viva o sexo desenfreado!

(Continua na próxima semana)

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