domingo, 5 de novembro de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS (4) Prof. Msc, FRC, CRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com Deixando o terceiro artigo da série, me concentro agora em nova fase da vida, pois, nesse ínterim mudei-me para a área onde se ergueria a cidade de Brasília, já em 1957. Aqui, por falta de nível de estudos em segundo grau, fiquei fora da escola até 1961, quando comecei a cursar o Centro de Educação Média – Elefante Branco – no Curso Clássico – Ciências Sociais, de 04 (quatro) anos de duração, onde, mais uma vez, continuei estudando: Latim, Francês, Inglês, Português, entrando agora Espanhol, e demais disciplinas da área de ciências sociais, como: Filosofia, Sociologia, etc. Esse curso foi uma grande chave para a minha vida futura. Para começar, tenho hoje, dois cursos superiores: Pedagogia e Administração – Pública e Empresarial e nem um dos dois vale aquele curso clássico que fiz antes. Ele foi uma verdadeira formação não só em educação, como formação de caráter, caracterização do Ser enquanto Ser, estimulante em todos os sentidos. Os anos de estudos de línguas nessas duas fases, primeiro e segundo grau me proporcionou, estar apto hoje, sem frequentar nenhum curso específico de língua, a ler e interpretar em inglês, francês e espanhol. Grande parte de minha biblioteca particular está nessas línguas. Sinto-me um afortunado por isso. Além do mais, durante esse curso, tive a felicidade de encontrar um super professor de filosofia que um belo dia de suas aulas, me saiu com essa: prestem a atenção todos vocês “depois de Platão, ninguém disse nada de novo”. Tal afirmação calou fundo em minha consciência e como eu o via como, o melhor professor que eu já tive na vida, guardei a sentença para futura comprovação. Depois disso, fiz o vestibular para o Curso de Direito da Universidade de Brasília, logrando aprovação em 5º lugar. Cursei por 3(três) anos e meio somente. Logo aconteceu da universidade ser invadida por tropas do exército, onde aconteceram algumas barbaridades e como eu não tinha ido a aula naquele dia, motivado por uma gripe, não mais lá fui, abandonando o curso. Depois de passada a tempestade na Universidade de Brasília, não foi só eu que não voltei às aulas, vários foram os alunos que não retornaram. Aí, o governo baixou uma norma, permitindo que a universidade emitisse um documento (histórico escolar e transferência), para todos que o desejassem, que permitia a matrícula em qualquer outra instituição de ensino sem vestibular. Todos nós que ficamos nessa situação, acabávamos de perder o benefício até então concedidos a todos os funcionários do governo, de estudar pela manhã e só trabalhar à tarde até o término do curso. Mas, paciência, essa era a realidade a ser enfrentada. Meses depois um Coronel do Exército, abre uma faculdade de filosofia. Lá estava a minha chance de provar a advertência daquele professor do curso clássico. Fiz minha matrícula e cursei 2(dois) anos e meio. Não é que a direção da tal faculdade se encrenca com o governo e é fechada, mas garantindo todos os nossos direitos como o fez a Universidade de Brasília. Procurei então outra faculdade, desta vez a UDF, onde em proximidade com a filosofia estava a pedagogia, para onde ganharia muitos dos créditos já cursados, lá fui eu para ser de fato o melhor aluno da turma, formando em menos de 3 (três) anos. Logo depois na mesma faculdade, aproveitando também a transferência de créditos fiz mais um ano e meio de Administração, e me tornei logo depois, por 26 (vinte e seis) anos, Professor da UDF, na área de Pedagogia e Filosofia. Já aposentado do serviço público, passei pelo curso de Psicologia do Ceub, Centro Universitário de Brasília, deixando-o para cursar o Mestrado em Educação, de volta ao seio da Universidade de Brasília. Dai, completando minha carreira de Magistério como Professor de Educação no Curso de Pedagogia da Universidade Católica, acumulando como professor de Filosofia no Curso de Pós Graduação em Filosofia e Existência na mesma Faculdade Católica de Brasília. Bom, sem querer fazer nenhum comentário na área do serviço público, trabalhei durante 35 (trinta e cinco) anos e 1 dia, aposentando-me depois. Entre a formação da UDF e a aposentadoria, cursei uma pós-graduação e Magistério Superior e completei uma formação em Psicanálise Clínica. No frigir dos ovos, penso que o que me permitiu essa trajetória, foi minha formação de primeiro e seguindo graus, a base de que precisava para ir adiante. Bom, será que comparando o conteúdo dos meus primeiros anos de escola, com o que hoje tanto o governo quanto os particulares, oferecem às famílias para seus filhos, pode-se dizer que esses alunos saem realmente preparados para a vida? Ao que eu saiba, saem mal preparados para o trabalho e só. Como formação para uma vida humana digna no sentido existencial do termo, acho que deixam muito a desejar. Por isso, os comportamentos atuais de jovens e adultos hoje, que nós mais velhos estranhamos e a sociedade em geral está a reclamar. Mas sobre isso falaremos em nosso próximo encontro. Que a mente divina os colha em paz profunda. 05.11.2017 Continua...

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