domingo, 22 de outubro de 2017

A VERDADEIRA VISÃO DAS COISAS (2) Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo http://www.pedroangueth.blogspot.com No artigo anterior, prometi falar mais detalhadamente de cada um dos itens capitulados para melhor explicitação de minhas idéias. Portanto, hoje, vamos tratar do primeiro e talvez o mais importante dos parâmetros a serem considerados, o campo familiar. Aparecemos neste mundo a partir de alguém que tem sua vida e seus relacionamentos plantados neste planeta. Já antes mesmo de nosso nascimento, vivenciamos de uma forma peculiar, experiências internas ao corpo da mãe, bem como os movimentos que acontecem à volta da barriga da mãe, sejam experiências positivas ou negativas. Só por isso, podemos inferir que nascemos já com situações que podem nos marcar pelo resto de nossos dias. Se forem negativas, podem estar comprometidas nossa personalidade como nosso caráter. Felizmente, alguns no futuro, encontram uma forma de resolver estas questões antes que elas (se negativas) possam levar ao pior dos mundos: prisão, hospitalização psiquiátrica ou suicídio, assim como algumas psicopatologias, ou doenças graves, como por exemplo: depressão, bem como ao mundo das drogas. A forma moderna de viver e criar os filhos das famílias, atualmente, incide no engano de que, ambos os pais trabalharem fora para melhorar a composição financeira do casal, tendente a melhorar a vida de toda a família, em muitos casos se torna um erro terrível. Campo familiar. Generalidades. Ao longo da história dos diversos tipos de povos que habitaram e habitam nosso planeta, a formação familiar se apoiou no fato não só verificado da propagação da espécie, como na necessidade de provimento de abrigo, alimentação e convivência. Mas tal comportamento, com o tempo transformou-se numa forma de viver na interexploração dos membros constituintes, ou seja, o homem explorando quer sexual e economicamente a mulher, bem como os filhos, nas épocas em que braços eram necessários para a caça, a pesca e a agricultura e a mulher posicionando-se com uma útil dependência, criando um “status” de imprescindível na manutenção da unidade familiar, afora um período de matriarcado, no qual assumiu o poder familiar. À medida que a civilização avançava naturalmente as famílias também sofreram mudanças em seu “status”. Com o desenvolvimento econômico e social auferido pela civilização em todas as regiões do globo, o trato da família mudou consideravelmente sua configuração. As novas legislações sobre tudo, atingiram em cheio uma parte da educação familiar que depois teve graves consequências para a sociedade. Era comum nas famílias, pelo menos interioranas, o incentivo a começar cedo o trabalho e as próprias regulamentações da época a apoiavam. Considero a educação pelo trabalho (da qual participei ativamente) como um dos melhores caminhos para a formação do caráter e da cidadania. Mas as novas legislações mudaram tudo, desorganizando o que estava perfeito, no meu entender e por ter participado da boa experiência. - A família de que me lembro. Pai, Mãe e cinco filhos. Disciplina: 1. Ao levantar, todos os irmãos arrumavam suas camas, e faziam o asseio do quarto. Não podiam voltar às camas para desarrumá-las senão à noite para dormir. 2. No quadro das obrigações semanais, um de nós ficava com a obrigação da arrumação do ambiente das refeições e um outro pela lavação da louça usada. Trocava-se na semana seguinte. 3. Um outro teria a obrigação de encerar à mão o assoalho de toda a casa, assim como lustrar usando um instrumento chamado escovação (muito exercício físico). Na semana seguinte outro assumia a tarefa. 4. Nunca compartilhamos os mesmos ambientes com as visitas de nossos pais e aí daquele que atrapalhasse uma. 5. Não tínhamos biblioteca em casa. Somente uns poucos livros recomendados pela escola, com pouquíssimas ilustrações e sem exercícios. Meu pai possuía uma pequena estante com alguns exemplares que me foram muito úteis, dada a minha sede de leitura desde cedo. Mas deu só para o começo. Obs. Naquela época não havia geladeira, fogão a gás, telefone e televisão. As tarefas escolares eram acompanhadas de perto, com os ajustes dos castigos necessários. Apreciando meu próprio tempo, a família, apesar das falhas, comuns em qualquer época, procurava transmitir os valores familiares e sociais, compartilhados por um conjunto de comportamentos que hoje não se vê muito. Por exemplo, toda a família freqüentava a missa de domingo toda junto, e com fiscalização visual dos pais, a zelar pela boa apresentação e respeito ao que se devia ao ambiente. Um detalhe importante: a família era parceira da escola, o professor não podia se desrespeitado de nenhuma forma. Castigos na escola, refletiam em mais castigos em casa. A caderneta escolar era seriamente examinada. Notas baixas, nem se fala. Cada família aplicava o corretivo de seu próprio alvitre. Não tenho noção de ter vivido problemas na adolescência. A educação era tão rígida e organizada que as situações hoje normalmente propaladas não eram evidentes naquela época, pelo menos em minúsculas cidades do interior como a que vivi. Comecei a trabalhar por meio período num armazém de secos e molhados, carregando as compras dos fregueses pelos endereços da cidade. Depois foi empregado de uma indústria de pregos, tachinhas e parafusos, bem como equipamentos para cavalo. Operava uma máquina de perfurar as ferraduras dos cavalos. Passei também pela experiência de trabalhar numa fábrica de vinho, onde, por sinal, aprendi a apreciar a bebida. Passados mais ou menos 4 (quatro) anos, meu pai adquiriu um bar e restaurante, onde todos os filhos trabalhavam por revezamento, todos sem perder o turno escolar. Quando completei 17 (dezessete) anos nosso rumo de vida mudou, sem necessidade de comentários aqui. Tenho a certeza de que várias milhares de famílias, passaram por experiências similares, pois, esse era o nosso mundo. Continua... 22.10.2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário