A VERDADEIRA
REALIDADE DAS COISAS
Prof. Msc, FRC, Pisc.
Pedro Henriques Angueth de Araujo
Vivemos
hoje em um mundo de múltiplas turbulências, que nos faz titubear naquilo que
acreditamos ser verdadeiro.
Para
nós do mundo ocidental, todo o nosso campo de percepção está eivado de
objetividade, da qual dependemos, e cuja realidade aceitamos sem nenhuma
crítica. Há campos do conhecimento que, ou por ignorância ou por preguiça em
pesquisar, desconhecemos, mas sobre o qual em nosso cotidiano, baseamos os
nossos julgamentos e todas as nossas ações.
Se
vagarmos pelo mundo oriental, principalmente para o campo budista tibetano,
seja ele mahayana[1] ou
theravada[2],
adquiriremos conceitos diferentes daqueles que usamos para avaliar a
objetividade de nossas experiências.
Por
exemplo, uma das supremas sabedorias desse tipo de conhecimento nos ensina que
a impermanência de coisas e eventos é suprema no universo. Buda nos legou os
ensinamentos essenciais do budismo que são as Quatro Nobres Verdades, muito
utilizadas como citações um tanto negligentes por nós do ocidente que são:
- A Verdade da Existência do Sofrimento (impermanência, insatisfatoriedade e impessoalidade;
- A Verdade da Causa ou Origem do Sofrimento (desejo, ambição e anseio);
- A Verdade da Cessação do Sofrimento ((extinção do desejo, da ambição, do anseio), e;
- O Caminho que Conduz À Extinção do Sofrimento (a nobre senda óctupla ou caminho do meio).
Esse composto
de conceitos é o que primordialmente nos faz viver uma existência
insatisfatória na atualidade.
Enquanto não
conseguirmos mudar a nossa teoria de base da vida, mudando nossos conceitos
sobre o que é a vida, sobre a morte, e nossa missão enquanto habitantes desse
planeta, não conseguiremos atingir uma meta de real felicidade, em busca da
qual perpetramos todas as ações, menos as que nos levam a ela.
Ao olharmos a
vida e a vivermos nesse mar de materialismo e consumismo desenfreado, não
conseguiremos atingir nenhum objetivo válido. Usamos conceitos por demais
inválidos, e temos preconceitos demais para julgar nossos atos e o dos outros,
procurando sempre uma justificativa válida para nossas tresloucadas atitudes.
O mais
interessante é que (99% da população não sabe disso), os conhecimentos
veiculados pela Física Quântica, formulam uma teoria de base muito parecida com
a que é utilizada pelo Budismo Tibetano. Ou seja, no mundo subatômico só
existem eventos de probabilidade e não de realidade, que transformam nossas
realidades físicas em entidades impermanentes e, portanto, não existentes em
si.
Diante de tais
revelações vindas de conhecimentos tão distantes no tempo (Budismo existindo a
partir do séc. VI antes de Cristo e Física Quântica formulada no início do séc.
XX ficamos realmente estarrecidos em como as verdades fundamentais do ser
humano não sofrem mutações no tempo, justamente porque são verdades
fundamentais.
Valeria então,
a meu ver, muito a pena, que os seres sencientes desse planeta, possam investigar
as verdadeiras realidades da vida, ao invés de agirem somente com base nas
teorias e crenças que lhe foram impingidas quer pela família, pelas escolas,
pelas religiões e ou pela sociedade. No fim vão verificar estupefatos que estão
simplesmente agindo contra si próprios, na procura da felicidade e
tranqüilidade fora de si mesmos, quando o nosso universo interno é muito mais
rico de satisfação do que do lado de fora.
E eu
aqui pensando que tudo que vejo existe....
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