quarta-feira, 28 de abril de 2010

HONESTIDADE

HONESTIDADE


Prof. Pedro H. A. de Araujo

A honestidade é o produto do fluxo e refluxo da nossa atividade consciente face a um problema de ética humana e objetiva, dentro dos padrões hodiernamente observados pelo homem comum.
Que poderíamos dizer como cidadãos a respeito do mesmo vocábulo? Em primeiro lugar poderíamos não dar tanto valor à objetividade da questão; antes de tudo criaríamos em nosso subconsciente um padrão de conduta em que a honestidade seria enquadrada em princípios relevantes, onde o jogo de causas e efeitos pautaria as ações primeiras que envolvem o uso comum da razão, face à problemática que a ação para o termo exige.
Filosoficamente, a honestidade seria considerada como uma atitude própria do indivíduo conscientemente bem formado nas questões profundas da vida, objetivando um padrão interior de paz e serenidade perante a sua própria censura moral, ou seja, a faixa de separação entre o inconsciente e o consciente.
Para melhor exemplificação, devemos observar que consoante os estudos de Freud, o inconsciente segrega as suas atividades instintivas que nem sempre podem vir à tona, sendo reprimidas pela nossa censura moral ou faixa de afloramento. Assim, depois de interiorizado um determinado tipo de comportamento moral ou ético, aceito pelo próprio indivíduo e de acordo com os ditames da sociedade, ele será facilmente acionado quando for necessário e o será automaticamente.
Nos casos em que esse comportamento moral ou ético não condiz com sua acepção universal, é comum os protagonistas deixarem rastros ou pistas para que no futuro sejam descobertos.
Religiosamente, poderíamos pautar essas atitudes dentro dos códigos ou dogmas regentes do comportamento conveniente para as diversas denominações religiosas, visando frear as atitudes humanas consideradas inadequadas. Nesse caso, quando o homem não se adequa a esse sistema, dele se retira, ou aparecem os diversos tipos de culpas.
A Ética e a Moral houveram por bem, discriminar as condutas mais convenientes ao bom funcionamento das relações dos indivíduos entre si, dentro de padrões considerados aceitos. Procuram dar ao homem condições de hábito que pode elevá-lo a uma categoria melhor, na medida que vai sentindo o sabor da verdade primordial e criando para seu próprio uso, uma pequena filosofia ética.
Para os buscadores da verdade, a honestidade exterior, objetiva, é apenas o reflexo da ação interior, daquilo que está armazenado no mais profundo do ser humano. Quando ali arquivados e catalogados, formam parte da própria personalidade, sem que sofram qualquer influência do tempo e do estado das coisas.
Portanto, quando vemos hoje tantas infrações éticas e morais e procuramos saber por que elas estão acontecendo tão amiudadamente, culpamos tudo, menos o período de formação desses indivíduos, cuja máscara cai a cada vez que são investigados. Por trás de suas vidas, poder-se-á ver claramente que suas formações filosóficas e educacionais gerais não tiveram o cuidado necessário de preservá-los de comportamentos dessa natureza. Agem como se o normal fosse ser aético e amoral. Pensam estarem certos no que fazem sem atentar para as conseqüências que provocam.
Honestidade é algo que vem de dentro, mas tem que ser colocado lá.

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