segunda-feira, 25 de abril de 2011

MENSAGEM DAS 2ªAS FEIRAS

COMENTÁRIOS I

Pequena Introdução

Hoje inicio uma série de comentários que estão baseados nos escritos de Marco Aurélio, Imperador Romano do I século, que pertencendo a Escola de Filósofos Estóicos, e tendo que permanecer quase todo o tempo de seu reinado dirigindo os seus exércitos na expulsão dos bárbaros que tentaram todo o tempo invadir seus domínios, em seus momentos de descanso escreveu várias mensagens que curiosamente eram dirigidas a sí mesmo, como forma de normatizar o seu comportamento, consoante a filosofia que seguia. Daí surgirem as Meditações, livro que reúne os seus pensamentos.
Os comentários que elaborei estão calcados em todo o arcabouço de meu conhecimento reunido em 50 (cinqüenta) anos de estudos, de todas as áreas em que consegui penetrar e entender.
Os ditos de Marco Aurélio, sempre serão colocados à direita, iniciando o artigo, em itálico.


Quando a força das circunstâncias te deixa desamparado, recobra depressa o autocontrole e não te mantenhas fora de ordem mais que o necessário. O costume de estar em harmonia aumentará tua adesão a ela.

Marco Aurélio

Estas palavras englobam tudo aquilo a que nós podemos nos referenciar, tendo como base a Filosofia, a Psicanálise e a Psicologia. Quantas vezes por dia, se nos observarmos bem, as circunstâncias nos deixam desamparados, e ainda por cima por poucas coisas que acontecem à nossa volta.
Se observarmos bem, verificamos que o dito não diz para não ficarmos desamparados, até porque, isso, no nosso dia a dia é totalmente impossível. Haverá momentos em que num átimo de segundo, já nos vemos engolfados pela, raiva, pelo desalento e pelo desamparo que tais momentos nos proporcionam.
Se eu me referenciar à Filosofia Oriental, vou verificar que os mestres de lá nos recomendam deixar que a raiva venha, que o ódio venha, que a mágoa venha. Que estando passando por esses estados, cuide eu de observá-los, tão de perto quanto possível, até que eles se desvaneçam e se tornem imperceptíveis, e assim voltamos ao estado de equilíbrio. Só que com esses exercícios eu aprendo a ver o mal que esses estados me fazem e pouco a pouco vou evitando passar por eles e com o tempo a vencê-los, mesmo antes que apareçam.
Sabemos depois de Freud, que quem realmente nos governa é o Inconsciente, a partir do que nele foi originalmente depositado (antes de nascermos), e depois ao longo de toda a nossa existência, por nós mesmos. Esse poderoso agente pode, em circunstâncias várias ser nosso amigo ou inimigo. É bom que todos saibam que, todos os nossos pensamentos, palavras e obras, ficam gravados em nosso inconsciente, como se fosse o HD de um computador. Daí que muitas de nossas ações, na prática, são automatizadas.
Coincidentemente, Jesus, o Cristo, em uma de suas citações bíblicas (não referencio agora porque não me lembro) diz: “Vós sereis julgados por vossos pensamentos, palavras e obras”. Ora fica claro a partir de então que o exercício de nosso controle cotidiano com referência às nossas emoções, é de suma importância tanto para nossa saúde psíquica, quanto física.
Na medida em que encaminho ao Inconsciente uma forma de ser, ele, obedientemente grava para futuras referências. Quando elas se tornam freqüentes ou de longa duração são automatizadas.
Na Escola Estóica de Marco Aurélio, aprendia-se a respeitar o destino, a dor e o prazer. Aprendia-se a respeitar o destino porque revoltar-se contra ele provoca todo tipo de dor e desamparo. Para os Estóicos, o destino é soberano e temos que sorvê-lo, gota a gota.
No nosso dia a dia, também enfrentamos condições que não podemos mudar. E agora, que fazer? Lutar com elas ou deixá-las passar? O certo é que elas nos deixam desalentados por não possuirmos conhecimentos suficientes para lidar com elas. Vem em seguida o desalento, depois a depressão e depois, conforme o caso, muita tristeza e sensação de fracasso.
Não abriguemos tais desalentos, recobremos nossa serenidade rapidamente, quanto possível, na certeza de que o destino nos prova a cada instante. Curiosamente, na medida em que volvemos à harmonia perdida, condicionamos nosso inconsciente a não perder tempo com os desajustes da vida, proporcionando assim, um maior tempo harmoniosamente vivido e vamos notar também que, na medida em que mais e mais tempo vivemos em harmonia, menos desalentos acontecem e curiosamente, que, os problemas que ativaram nossos desajustes são resolvidos como por encanto, sem nossa ação consciente.
Portanto, a harmonia cotidiana em todos os minutos de nossa vida nos garante saúde e vitalidade.

(Eu pensando em que viver também é uma ciência)

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