segunda-feira, 23 de maio de 2011

MENSAGEM DAS 2ªAS FEIRAS

COMENTÁRIO V

Por que te deixas levar pelas circunstâncias exteriores? Reserva para ti um momento de sossego para apreender a natureza do Bem e refreia tua agitação. Abstém-te também de outro tipo de erro: o daqueles que se ocupam em diversas coisas mas não têm um fim para onde dirigir os seus esforços ou suas idéias.
Marco Aurélio


Os homens modernos, no afã de se realizarem na vida, segundo os padrões ocidentais, estão sempre sintonizados com o mundo do trabalho e do dinheiro. Haja visto que o dinheiro hoje em dia se transformou em um Deus a que muitos cultuam e uma vez se declararem teistas, criam inconscientemente um verdadeiro panteão de deuses como alguns povos antigos.
Ao competir com o verdadeiro Deus, o deus do dinheiro se torna às vezes, mais poderoso e realizador que aquele. Por incongruente que possa parecer, este tem o poder de realizar sonhos que ao outro não se roga.
Assim, se esse indivíduo possui alguma religião a que freqüenta ordinariamente, ao outro Deus se incumbe de realizações a que sabidamente o deus do dinheiro não tem alcance. Fica então estabelecida duas áreas de atuação, onde pode existir diferenças de interesses.
O homem deveria reconhecer que, à mercê das circunstâncias exteriores ele está submetido a leis e regras que são no mínimo falhas e que pode ensejar fracassos incompreensíveis.
O melhor seria viver as realidades do mundo exterior, tendo em vista o cumprimento do destino de cada um, sem, no entanto, viver ao sabor de ondas que não se sabe de onde vêem e para onde vão.
Meditar é preciso, diz o provérbio oriental. Portanto, todo homem verdadeiramente inteligente já deveria ter percebido, que momentos diários de meditação no mínimo lhe proporcionam “insights” ou intuições como se diz em bom português que são úteis na condução de uma vida digna, produtiva e com realizações que está agregadas à missão de cada um de nós.
Além disso, sabemos hoje que até a Medicina – através de várias categorias de médicos, bem como psicólogos e psicanalistas, estão recomendando a prática da meditação com o fim de diminuir o “stress”, bem como outras patologias.
Ninguém nasce impunemente digo eu constantemente. Ora não podemos simplesmente considerar que nascemos apenas por nascer, sem nenhum motivo mais importante, tanto para aprender, como para ensinar. Na esteira da vida, todos somos alunos e professores ao mesmo tempo.
A meditação nos dá sempre (depois e muita prática), o conhecimento não só de nós mesmos, mas também de nossa missão aqui neste planeta. O que normalmente acontece com os homens comuns que vivem turbilhonando nas circunstâncias exteriores, é que eles não são capazes de perceber em qual esquema do universo suas vidas estão inseridas.
A natureza do Bem a que se refere Marco Aurélio, é aquele bem supremo que depois de adquirido, torna-se nossa posse perene. O bem a que se refere, é o Bem supremo, a verdadeira consecução da existência universal, para a qual cada um de nós tem uma parte a contribuir.
Outro ponto importante da digressão de Marco Aurélio é quanto ao fato de sempre estamos nos preocupando com diversas coisas que, a um exame mais aprofundado passa a significar, na sua maioria, de uma bela inutilidade. São coisas que estão sempre soltas pelo caminho que não se juntam para nenhum fim teórico ou prático.
Na realidade os homens vivem se esforçando sem saber realmente para quê. Têm sempre um volume bem considerável de idéias e não sabem aplicá-las. Se estivermos observando uma reunião social na varanda de qualquer residência num fim de semana, prestarmos atenção ao que se fala e se discute, verificaremos que nem 10% é aproveitável. Além do mais quase nenhuma fala atinge o nível de certeza e o “eu acho” soa ao sabor da ignorância.
Por isso, os momentos de sossego e meditação vão servir para nos ajudar a ordenar nosso pensamento e nossas idéias, à partir dos “insights” ou intuições que nos vão ocorrer durante o dia. Servirão, pelo menos, como um guia confiável a que podemos com a confiança adquirida, dar todo o crédito.
Isolando-nos do burburinho do mundo externo, vamos encontrar no silêncio de nós mesmos todas as respostas que o mundo nos nega.


(Eu pensando em como os homens ainda não conhecem o caminho das pedras.)

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