CRENÇA
Prof. Msc, FRC, Pisc.
Pedro Henriques Angueth de Araujo
Desde
criança somos acostumados a nos interlacionar com o universo imponderável
através do que nossos pais chamavam de Deus. Invariavelmente esse nome tentava
explicitar uma entidade que criou e mantém todo o universo numa perfeita
homeostase.
A
grande maioria aprendeu a respeitá-lo de uma forma inconsciente porque nunca
lhes foi explicada sua gênese, estrutura e função tão claramente quanto
possível.
E
assim levam por toda a vida uma visão monocrática do universo, pautada nas
concepções das várias crenças e religiões existentes.
Esse
traço intelectual assim, faz parte da mente automática de homens e mulheres
modernas, como substrato de sua educação familiar, escolar e religiosa. Nunca
duvidaram desses conceitos e suas conseqüências.
O
homem moderno não seguiu a norma do famoso filósofo da idade média René
Descartes. Antes de crer, DUVIDE. É verdade que esse homem de hoje, não teve o
costume da Dúvida. Mas deveria. Não só em relação aos temas transcendentes, mas
em relação a tudo.
A
dúvida leva à pesquisa e consequentemente ao conhecimento, pois nasce da
reflexão e daí às idéias próprias, nascidas de uma melhor avaliação e exame dos
componentes implicados, a uma mais acurada busca da verdade.
A
crença e a fé apenas nos proporcionam respostas que não foram examinadas e
consequentemente raciocinadas.
Por
isso a importância do caminho da ciência. De tanto duvidar, criou o sistema de
hipóteses conducentes a verificações para, aí sim, aceitar e descartar a
inevitável verdade sobre as coisas.
Se
duvidamos antes, evitamos inúmeros erros que só servirão para dificultar o
caminho depois. Mas, como não fomos acostumados a seguir essa rota, hoje
estamos sendo obrigados a rever muitos dos nossos conceitos aprendidos e
seguidos ao longo da vida.
As
pessoas mais velhas hoje, estão constatando o quanto a ciência desmistificou a
crença religiosa bem como os textos ditos sagrados. Não é que esses textos
devam ser condenados por isso. Esses textos são úteis pelo teor moral e ético
com que todos nos brindam em lições lindamente construídas. Deviam sim, servir
de apoio, mas não de direção, uma vez que em seu bojo encontramos comumente,
muito da irracibilidade, maldade e ignorância de homens que viveram no passado.
Que
possamos então juntar as maravilhas da ciência e a beleza que há nesses textos,
muitos deles milenares. Sejamos sensatos e aproveitemos tudo que possamos, sem
perder a verdade que, só ela, pode nos levar às mais altas realizações da vida.
08.07.2019
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