segunda-feira, 8 de julho de 2019


CRENÇA

Prof. Msc, FRC, Pisc. Pedro Henriques Angueth de Araujo

            Desde criança somos acostumados a nos interlacionar com o universo imponderável através do que nossos pais chamavam de Deus. Invariavelmente esse nome tentava explicitar uma entidade que criou e mantém todo o universo numa perfeita homeostase.
            A grande maioria aprendeu a respeitá-lo de uma forma inconsciente porque nunca lhes foi explicada sua gênese, estrutura e função tão claramente quanto possível.
            E assim levam por toda a vida uma visão monocrática do universo, pautada nas concepções das várias crenças e religiões existentes.
            Esse traço intelectual assim, faz parte da mente automática de homens e mulheres modernas, como substrato de sua educação familiar, escolar e religiosa. Nunca duvidaram desses conceitos e suas conseqüências.
            O homem moderno não seguiu a norma do famoso filósofo da idade média René Descartes. Antes de crer, DUVIDE. É verdade que esse homem de hoje, não teve o costume da Dúvida. Mas deveria. Não só em relação aos temas transcendentes, mas em relação a tudo.
            A dúvida leva à pesquisa e consequentemente ao conhecimento, pois nasce da reflexão e daí às idéias próprias, nascidas de uma melhor avaliação e exame dos componentes implicados, a uma mais acurada busca da verdade.
            A crença e a fé apenas nos proporcionam respostas que não foram examinadas e consequentemente raciocinadas.
            Por isso a importância do caminho da ciência. De tanto duvidar, criou o sistema de hipóteses conducentes a verificações para, aí sim, aceitar e descartar a inevitável verdade sobre as coisas.
            Se duvidamos antes, evitamos inúmeros erros que só servirão para dificultar o caminho depois. Mas, como não fomos acostumados a seguir essa rota, hoje estamos sendo obrigados a rever muitos dos nossos conceitos aprendidos e seguidos ao longo da vida.
            As pessoas mais velhas hoje, estão constatando o quanto a ciência desmistificou a crença religiosa bem como os textos ditos sagrados. Não é que esses textos devam ser condenados por isso. Esses textos são úteis pelo teor moral e ético com que todos nos brindam em lições lindamente construídas. Deviam sim, servir de apoio, mas não de direção, uma vez que em seu bojo encontramos comumente, muito da irracibilidade, maldade e ignorância de homens que viveram no passado.
            Que possamos então juntar as maravilhas da ciência e a beleza que há nesses textos, muitos deles milenares. Sejamos sensatos e aproveitemos tudo que possamos, sem perder a verdade que, só ela, pode nos levar às mais altas realizações da vida.
08.07.2019
           

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